O amanhecer com chuva nos municípios de Corumbá e Miranda, distante 420 km de Campo Grande, trouxe alívio ao Pantanal, aos pantaneiros e também virou motivo para ‘stories e reels’ no Instagram. Contentes com a água, muitos relataram a vontade de “sair dançando na chuva”. A notícia triste, no entanto, é que ainda existem focos de incêndio.

Ao som de “Águas para o Pantanal”, das cantoras Marina Peralta e Alzira, Diego Viana filmou a chuva e postou em sua rede social. Na legenda, coloca a data de hoje – 08/08/2024 – e diz que a chuva veio para “dar um alívio no sofrimento do Pantanal e do povo Pantaneiro”.

A jornalista Cláudia Gaigher, que está em Miranda, fez uma “entrada ao vivo” no próprio Instagram. “Tá chovendo no Pantanal. Que maravilha. Era tudo o que a gente precisava”, iniciou.

Ao fundo, mostra a vegetação queimada, a fumaça apagando os pequenos focos remanescentes. “… pensa o alívio, pensa a alegria, vontade de sair dançando nessa chuva…”, comemora.

Chuva auxilia no combate às chamas

Apesar de pouca, a precipitação é suficiente para aliviar o calorão, a fumaça e os incêndios que pairavam no ar. Conforme estação meteorológica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) choveu menos de 4 milímetros na cidade, até às 8h desta quinta-feira.

O trimestre entre agosto e outubro é considerado o pior para os incêndios florestais devido às condições climáticas. Vale lembrar que 2024 é um ano atípico, devido à seca histórica que atinge o Pantanal.

Área queimada chega a 1 milhão de hectares

A atualização do boletim da Operação Pantanal indica que a área queimada neste ano chega a 1.089.600 hectares, o que significa um aumento de 3.7981,4% comparado a área atingida no ano passado. Foram registrados neste ano 5,4 mil focos de calor.

O subcomandante-geral da operação, Coronel Adriano Noleto Rampazo, informa que a semana foi de trabalho intenso na região da Serra do Amolar, Porto da Manga, fazendas de Aquidauana e na BR-262.

“As condições de vento muito forte, o fogo se espalhou por várias fazendas. Conseguimos proteger as sedes das fazendas. Nas condições que estavam de vento e baixa umidade, o combate direto é muito complicado, coloca nossa equipe em risco. Priorizamos, as vidas e propriedades. Em alguns casos, jogamos água nas próprias casas para prevenção. Apesar da chuva, as equipes continuam atuando, pois pode ter amenizado a fumaça, mas ainda tem muita brasa ativa”.

Na região de Miranda, Rampazo comenta que foram feitos combates e ações preventivas para proteger pesqueiros, hotéis e propriedades. “Vamos aguardar a intensidade da chuva para montar novas estratégias”.

Ao todo, 106 bombeiros estão atuando no momento nas regiões pantaneiras, com apoio de 79 agentes da Força Nacional, 233 brigadistas do Prevfogo, 23 aeronaves e 60 veículos.