Armadilha para rato surpreende morador de CG, que ‘peregrina’ para salvar ave indefesa: ‘Lição’

Fato inusitado fez servidor público peregrinar para achar médico veterinário e ter reflexão

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(Arquivo Pessoal)

Era chegar em casa, nos últimos dias, que a surpresa desagradável estava ali: coisas derrubadas, migalhas de pão e um cenário anormal para quem não tem nenhum animal de estimação em casa. Assim, um morador da Vila Carlota, em Campo Grande, decidiu fazer uma armadilha para ratos indesejados, porém, o que ocorreu é exatamente o contrário: uma ave indefesa foi parar ali e começou a peregrinação para salvá-la.

“É até um pouco incoerente. Eu queria matar um bicho e acabei salvando outro, mas, foi exatamente assim e me trouxe bastante reflexão. Moro sozinho, estava achando estranho ver aquelas coisas com a casa toda fechada, até o momento em que vi uma sujeirinha, tipo urina e cocozinho de rato. Foi aí que fui atrás da armadilha, pois, achei que só o veneno não resolvia. E aí comprei duas armadilhas nestas casas veterinárias”, comentou o servidor público, de 38 anos.

Ao instalar em casa, em pontos estratégicos, as armadilhas fariam o rato grudar em uma cola extremamente potente. “Coloquei na área de serviço um e o outro dentro da casa. Fui dormir. Pela manhã, vi que em uma ninguém passou por ali e, na outra, achei o passarinho grudado ali. Me tocou muito na hora. Ele estava com as asas abertas e totalmente entregue, então, decidi salvar aquele pardalzinho”, argumentou.

No início, o servidor diz que o colocou cuidadosamente, embaixo da água, esfregando um pouco de sabão, mas, as penas começaram a cair e ele decidiu levar no veterinário. “Eu saí pela região aqui. No local onde comprei as armadilhas nem me receberam, botaram para correr mesmo. Fui em mais três lugares, até que me indicaram uma clínica veterinária 24 horas. Eu liguei para um amigo veterinário, que indicou lá também e fui”, relembrou.

Ao chegar no local, o servidor diz que foi prontamente atendido. “Eu pensava: ‘Nossa, não é a complexidade de uma cirurgia. Mas, depois de ir em vários lugares, este último deu certo. A doutora disse que não ia me cobrar nada e que ia resgatá-lo e soltá-lo. Na volta, eu ainda pensava: ‘A ave podia ter comidos os grãos com o veneno, mas, a cola que, em um primeiro momento parece ter sido um problema, o salvou de ter se metido em uma enrascada. E é assim na vida também, quando a gente pensa em algo ruim, mas, que pode ter nos livrado de algo muito pior”, argumentou.

Ao deixar o animal na clínica, o servidor comentou que a ave ficou um período em observação e, em seguida, foi solta e reintegrada à natureza. “Graças a Deus achei achei uma pessoa, essa veterinária no caso, que tinha o mesmo sentimento que eu e a ave agora está viva e livre”, finalizou.

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