Animal ‘desconhecido’ aparece na rua e intriga moradores em MS: ‘ninguém sabia o que era’

“Achamos ele na rua, machucado, com as pernas quebradas. Achei lindo, nunca tinha visto”, diz moradora que encontrou o animal “desconhecido”

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frango d'água azul animal desconhecido
Animal encantou moradores, que não sabiam de qual espécie se tratava – (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma ave “desconhecida” chamou a atenção de moradores da cidade de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. O animal, de coloração azulada, com corpo de frango e visual de pato, despertou a curiosidade ao aparecer em uma rua do município, localizado a 130 quilômetros da capital Campo Grande. “Ninguém sabe o que era”, afirma uma das aquidauanenses que avistou o bicho.

O exemplar foi flagrado pela moradora Raquel, quando voltava do trabalho acompanhada do esposo Ronaldo e do filho Josiel, no final do mês de outubro. Achamos ele na rua, machucado, com as pernas quebradas. Achei lindo, nunca tinha visto. É perfeito, tem cores bem vibrantes”, diz ela ao Jornal Midiamax.

Raquel conta que mais pessoas na rua ficaram intrigadas com a presença do animal. “Ninguém sabia o que era, mas achamos bonito. Uma senhora que mora em frente do local onde ele estava o recolheu e disse que chamaria a Polícia Militar Ambiental”, recorda.

Maravilhada, a moradora de Aquidauana diz que queria levar o animal para casa casa. “Meu filho ficou doido pra gente trazer, mas o bicho é bravo”, comenta. Segundo Raquel, a ave azulada estava inquieta e bicou seu esposo e a dona que o apreendeu. No entanto, não chegou a machucar ninguém.

Exemplar avistado por Raquel - (Foto: Arquivo Pessoal)  frango d'água azul
Exemplar avistado por Raquel – (Foto: Arquivo Pessoal)

Animal desconhecido era um frango-d’água-azul

Semanas depois de ter visto a ave misteriosa, a aquidauanense descobriu, através de reportagem do Jornal Midiamax, que se tratava de um exemplar de frango-d’água-azul.

Outro animal, da mesma espécie, foi flagrado esta semana no pantanal de Miranda e chamou atenção do guia Edir Alves, que registrou a aparição. O avistamento virou matéria e foi assim que os aquidauanenses souberam que ave era aquela.

De acordo com o biólogo Rudi Ricardo Laps, doutor com ênfase em Biologia da Conservação e Ecologia de Aves, há uma explicação para a ocorrência de mais aparições de frangos-d’água-azul nesta época do ano.

“São mais visíveis porque estão se reproduzindo. É o começo da reprodução deles. Estão bem ativos e é o momento em que eles estão procurando seus pares para reproduzir. Por isso estão se movimentando mais”, explica ele ao MidiaMAIS.

Animal encontrado em Aquidauana estava com as patas quebradas - (Foto: Arquivo Pessoal) frango d'água azul
Animal encontrado em Aquidauana estava com as patas quebradas – (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo o biólogo, ocorrências da espécie são comuns em cidades desde que haja corpos d’água razoáveis e com vegetação aquática. E, embora seja normal, é necessário ter cuidado. “Na área urbana, esses animais podem ser atropelados se estiverem se deslocando. Se encontrar um animal desse ferido, entre em contato com a Polícia Militar Ambiental, orienta.

O especialista ainda desencoraja a criação de frangos-d’água-azul em casa. Pegar pra criar é crime ambiental. Você não pode ter esse animal capturado. Mesmo nas melhores intenções, não se deve criar”, avisa.

Frango-d’água-azul: que espécie é essa?

Espécie migratória, o frango-d’água-azul ocorre em todo o Brasil e não é raro de ser visto. Também é conhecido como jaçanã (Maranhão) e tauá-tauá-azul (Amapá), dependendo da região. De acordo com o WikiAves, está presente do sudeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina.

Entre as características mais marcantes, está corpo azul-púrpura dos adultos, que brilha nas cores verde e turquesa quando iluminado pelo sol. O grande bico vermelho e amarelo também destaca a espécie no meio de qualquer vegetação. As pernas e patas amarelas são compridas para facilitar a locomoção em áreas aquáticas.

Embora pareça, o frango-d’água-azul não caminha sobre as águas, ele costuma andar sobre vegetações flutuantes e pantanosas. Por ser migratório, percorre tranquilamente grandes distâncias por todo o território onde ocorre e ainda se adapta às cidades, principalmente em parques com lagos.

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