Nessa de ser gentil e abrir a porta para “amiga da amiga” que Ary Almirão da Carvalho, de 88 anos, conheceu um novo amor. E o que era apenas uma festa de aniversário foi o momento clássico do “amor à primeira vista”, já que o aposentado não esquece de como estava sua amada: vestido esverdeado, coque nos cabelos e muito chique, em um dia frio de Campo Grande.

Assim, naquela festa, não conseguiu tirar os olhos e quis saber mais da pessoa que seria sua futura companheira. “Eu tive um casamento longo antes dela. Casei com 21 anos e ela tinha 16. Fui muito feliz ao longo de 40 anos, mas, quando ela se foi, eu já sabia que queria casar de novo. Tive umas namoradinhas, mas, não deu certo. E aí depois veio a Nice [Maria Eunice Gouveia Coletto, de 77 anos]”, afirmou ao MidiaMAIS.

Assim, o anos de 2001 a 2004 foram de namoro e o casamento do casal – que antes eram viúvos – já se estende por 20 anos. “Ela tava linda pra chuchu naquele dia e eu não me esqueço. Foi a única pessoa que me balançou após o meu primeiro casamento e em outubro faremos 20 anos juntos. Eu já escrevi música pra ela e, aliás, foi com o violão que eu fui pela primeira vez na casa dela e aí cantamos bastante. Ela também gosta, me acompanha nas cantorias e nos botecos”, brincou Ary.

(Arquivo Pessoal)

Na ocasião, Ary disse que a conquista ocorreu a moda antiga, em que ele disse que queria algo sério com a Nice. “Nós dois éramos viúvos e, por incrível que pareça, não houve preconceito e problema com ninguém. Minhas filhas adoram ela, apoiaram desde o começo. Do lado dela, todo mundo gosta de mim também. E aí fizemos o casamento na igreja, uma festinha e boas viagens por aí. Gostamos muito do Rio de Janeiro, de cidades como Búzios e Cabo Frio, mas, já fomos em Gramado e até Portugal”, contou.

‘Ela é companheira até na pesca’, diz aposentado

Ary, mesmo aposentado, disse que não deixou de trabalhar e conta com a companhia da mulher. “Eu trabalho como representante comercial de máquinas agrícolas e, quando tem viagens, chamo para ir junto. Ela é minha companheira mesmo, inclusive de pesca. A união precisa ser assim inclusive, de querer uma companheira para toda a vida e aceitá-la como ela é”, pontuou.

Sobre o namoro aos 88 anos, Ary ressalta que se sente como um garoto. “Me sinto plenamente jovem, vou no boteco tomar uma cervejinha e ela me acompanha. Não há brigas no nosso relacionamento e estamos sempre bem, namorando”, finalizou.

(Arquivo Pessoal)

‘A cantoria dele foi forte’, brinca Nice sobre o marido

Nice, como é chamada por todos, é a alegria em pessoa. “Ele conta pra todo mundo essa história da primeira vez que a gente se viu. Eu também me lembro bem dele nesse dia. Na hora de ir embora, foi muito gentil e me acompanhou até o carro e depois até a porta da minha casa. Depois, quando a gente se encontrou, disse a ele que não queria me prender a ninguém, mas, a cantoria dele foi forte e eu gosto muito de música”, brincou.

Por fim, Nice fala que “a vida continua, então, é necessário viver com alegria e harmonia”. “E quando a gente tem um companheiro para viver tudo isso, é melhor ainda. E nós somos mesmo, companheiros para tudo, da viagem ao boteco de rua na esquina”, finalizou.