A diretora do teatro Grupo Casa, Lígia Prieto, lançou no dia 7 de junho, em seu aniversário de 36 anos, um financiamento coletivo para contribuir nos custos de suas obras literárias: Versos de geladeira e o prédio em chamas; Contos de chuva, diário de uma quarentena – livro de contos; Heroínas que sonham – livro de dramaturgias volumes I (para crianças) e II (para adultos.

Autora de mais de 20 dramaturgias, entre elas, as premiadas, “Eleonora”, “A borboleta mais Velha do Mundo” e a adaptação de “Dom Casmurro”, Lígia carrega uma enorme bagagem no teatro e no audiovisual.

A escritora se aventura pela primeira vez em publicar um livro, mas relata que a escrita é sua velha conhecida. “Sempre escrevi dentro de mim e também do lado de fora, nos cadernos, nos diários, nas provas da escola enquanto criança, nos textos de cena para conseguir me construir como atriz, mais adiante como dramaturga, como diretora, como roteirista”, afirma.

Publicar um livro é um passo de coragem para Lígia, pois é uma contribuição ao mundo que fica para a eternidade. “Todos os lugares que percorro até agora na arte, rodeiam o efêmero, o livro não, ele é do campo da eternidade. E deixá-lo nascer pro mundo, é aceitar que ele está livre também do lado de dentro”, explica.

Conheça os livros:

  • Versos de geladeira e o prédio em chamas

Um livro de crônicas e poesia que relata a infância da autora e convivência com a mãe, poeta que escrevia ‘versos de geladeira’.

“O Prédio em chamas”, vem de uma outra experiência. Quando eu tinha 15 anos morava num prédio que pegou fogo, e todo mundo precisava descer correndo as escadas, minha irmã voltou, correndo perigo, pra pegar a agenda dela, que era uma espécie de diário, onde ela guardava segredos, recados, recordações em sua maioria escritas, ali eu pensei o quanto era importante guardar aquelas palavras, que a fazia se arriscar dessa forma. O que estava escrito lá, eu nunca ousei ler, sempre tive amor pela vida, e aí sim correria risco de vida”, finaliza a autora.

  • Contos de chuva, diário de uma quarentena – livro de contos

O livro conta a história da Eleonora, uma mulher de 70 anos, que namora a Márcia, dona do botequim, mas que depois se apaixona pelo filho do leiteiro, um rapaz de 25 anos. Do enredo também faz parte a Ana, que nunca chega para encontrar uma mulher de 30 anos, que a aguarda em casa.

 “Este é um livro de contos. Afinei ele durante a pandemia, juntando muitos começos que ainda não tinha dado caminhos. Nele é perceptível acompanhar o nascimento das personagens lgbt apontando meu caminho de desejo em me assumir bissexual. A composição da palavra é como a vida, a gente nunca sabe quando tempo demora o nascimento de uma palavra nova no nosso vocabulário, mas ela sempre causa rebuliço, por dentro e por fora, e no final a gente percebe que ela sempre esteve ali”, explica a autora.

  • Heroínas que sonham – livro de dramaturgias volumes I (para crianças) e II (para adultos)

As protagonistas de “Heroínas que sonham” são mulheres que escolhem e caminham de acordo com o próprio desejo. E não somente a partir a imposição patriarcal.

“Eu escrevi minha primeira dramaturgia com 13, 14 anos. Se chamava Do Avesso. Eu nunca publiquei e escrevi 15 páginas a mão. Na época não tinha computador muito acessível, em casa tinha um computador e a internet era cara, meus pais só deixavam a gente entrar pra fazer trabalhos da escola. Desde aquela época foram muitas histórias escritas, muitas construídas em cena, como espetáculos diversos, tanto no período que morei no Rio de Janeiro, tanto em Campo Grande – MS, essas dramaturgias foram escritas tanto para crianças levarem para cena como para adultos”, afirma Lígia.

Orçamento:

A campanha tem o orçamento total de R$25 mil, e estará aberta até o dia 14 de julho. Apoiadores que doarem uma quantia acima de mil reais, ganharão um coletânea completa, assinada pela autora.

O valor alcançado com a campanha será voltado para a publicação da coletânea. Caso o valor total não seja atingido, as publicações serão iniciadas com o valor alcançado.

Cronograma de ação:

  • Julho: Finalização do primeiro tratamento dos livros pela autora. Leituras e orientações de Susana Ventura.
  • Agosto: Finalização do último tratamento dos livros após orientação. Revisão ortográfica feita por Dáfini Lisboa.
  • Setembro: Diagramação e Ilustração por Rayane Cardoso dos Santos. Impressão.
  • 1 de outubro de 2023: lançamento da coletânea.

A data de lançamento foi escolhida em homenagem à mãe de Lígia, Nildes Maria das Graças Tristão Prieto, ‘poeta em formato de estrela’.

Para apoiar o projeto, basta clicar no link.