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#tbt: Victória é memória viva de um dos primeiros bares de Campo Grande, onde até Pelé teria ido

Local foi frequentado por diversas personalidades da política e artes entre as décadas de 70 e 80
Cassia Modena -
D. Vitoriana no aniversário de 96 anos. Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax

Ao completar 96 anos, Victoriana Afonso Moraes ganhou da família uma festa animada. Em meio a muita conversa boa no dia especial, não faltou quem lembrasse da época em que a matriarca e o marido tinham um bar famoso em Campo Grande.

Era o Bar do Paulo, que entre as décadas de 70 e 80 movimentou as Ruas e Treze de Maio, no centro da cidade. O local era simples, mas muito bem frequentado. Contam os filhos do casal que sentaram às mesas personalidades como o primeiro prefeito de Campo Grande, Lúdio Martins Coelho, e ninguém menos do que Pelé.

Bolo da D. Victoriana. Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax

O rei do futebol veio mesmo a Campo Grande em 1973. Porém, ninguém da família de Vitória tem fotos que registrem a visita dele ao bar. O filho Mário Márcio Moraes foi quem lembrou do jogador e também de ver times inteiros confraternizando por lá.

Pessoas notáveis na política e nas artes, além de juízes de direito que gostavam de jogar bozó, foram frequentadores assíduos. Mário Márcio e os irmãos citam, entre outros nomes, o ex-governador Pedro Pedrossian, o ex-vereador e ex-deputado Albino Coimbra, e os atores Paulo Autran e Irene Ravache.

Ex-governador Marcelo , ao centro, com o ex-secretário de Comunicação Aluizio Lessa Coelho, à esquerda, e o jornalista Moura Brasil no Bar do Paulo (Foto: acervo histórico/Roberto Higa)

O proprietário do hoje extinto bar era Paulo Moraes, que faleceu em 2002. Era ele quem primeiro recebia os ilustres e os anônimos, sem qualquer distinção.

Pastel preferido de Almir Sater

Dona Victória está muito bem de saúde, só a memória falha de vez em quando. Ela se recorda de fazer pastel para os clientes do bar do Paulo e, completam os filhos, também calabresa acebolada e um frango a passarinho sem igual.

O ex-frequentador do Bar do Paulo que mais gostava do que a cozinheira fazia é o cantor Almir Sater. A família Afonso Moraes guarda um áudio no em que o músico diz assim:

E aí, Geraldo, tudo beleza? Fiquei sabendo que hoje é aniversário da dona Victória. Não sei se foi ontem, se é hoje… poxa, manda um beijão para ela, muita saúde, fala que quero realmente voltar a comer os pasteizinhos dela. Quero até a receita! Quando estiver em Campo Grande, vou passar aí para nós aprendermos a fazer, para ela passar a receita para gente agora, viu? Manda um beijo grande para ela. Se estiver com ela e quiser me ligar, vai ser um prazer, viu? Abração para vocês aí.

Maria Aparecida Moraes, outra filha de Victória e Paulo, lembra de quando o intérprete de Trem do Pantanal encomendou 900 pastéis para uma festa particular. “Isso foi há uns 15 anos atrás. Ele quis servir os convidados com esse pastel, que era o preferido dele. Nós ajudamos a minha e deu tudo certo, a encomenda foi entregue”, conta.

Primeiros blocos de carnaval e show de Leci Brandão

O Bar do Paulo era mesmo um lugar de simplicidades, tanto é que nasceu embaixo de um pé de ingá, tinha cadeiras de fio trançado para os clientes sentarem e mesas feitas com pneus de avião reaproveitado. Foi, inclusive, embaixo daquela árvore que amigos se reuniram para criar alguns dos primeiros blocos de Carnaval de Campo Grande: o Flor de Ingá, que faz referência à árvore, e o Jacaré Elétrico eram dois deles.

Roda de amigos do Flor de Ingá, no Bar do Paulo (Foto: acervo histórico/Roberto Higa)

O corretor de imóveis de Campo Grande, Joacir Moreira, fundou o Flor de Ingá e descreve a época. “Um momento de mudança na noite de Campo Grande. Fechávamos as ruas para uma roda de samba na sexta-feira. Era o bar mais badalado, o point da cidade. Grandes figuras da política, do Direito e das artes se encontravam lá”, relata.

Em 1982 o bar fechou, com um show de encerramento memorável de Leci Brandão. “Eu que a levei lá, é minha amiga. Foi o que marcou o fechamento do lugar que deixou saudades”, confirma.

Veja nos registros do fotógrafo Roberto Higa, o que ficou após o fim das atividades e demolição do local:

 

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