Dona Maria, como era chamada carinhosamente por seu filho, o advogado Alberto Dantas, de 30 anos, sempre foi uma mulher cheia de energia, ativa, carinhosa e muito parceira. Momentos importantes na vida do filho, ela não perdia um. Se emocionava e se orgulhava com as conquistas de Alberto, seu grande amor.

E todo esse carinho pelo filho foi eternizado em sua pele. Em 2022, aos 55 anos, ela ligou para Alberto e comunicou: “Estou indo para Campo Grande e quero que você agende uma tatuagem para mim”, relembra o advogado, que ficou surpreso com o pedido inusitado da mãe.

E sem saber o que ela queria tatuar, atendeu ao pedido. Ele agendou um horário no estúdio e lá foi acompanhar dona Maria. O que ele não sabia é que ela queria tatuar o nome do filho no peito. Ao tatuador, ela explicou: “o nome do único homem da minha vida, meu filho”, lembra Alberto, emocionado.

E já que aquele era um momento único e muito feliz entre os dois, o advogado também decidiu homenagear a mãe, tatuando “Dona Maria” no peito.

Dona Maria e Alberto fizeram tatuagens junto. (Arquivo Pessoal)

Conversa em hospital jamais será esquecida

Em março de 2023, dona Maria sofreu um AVC, mas como levava um estilo de vida muito ativo, logo se recuperou e comemorou seu aniversário de 56 anos, recebendo alta e voltando para sua rotina.

Dona Maria comemorou aniversário de 56 anos no hospital. (Arquivo Pessoal)

Infelizmente, pouco tempo depois, ela começou a perceber um inchaço nas pernas que não era normal. Os médicos fizeram uma bateria de exames e logo foi constatado: dona Maria estava com uma doença arterial e problemas no coração. Ela precisava passar por uma cirurgia de urgência.

Mas, querida como era, uma única semana que passou internada na Santa Casa de Campo Grande foi o suficiente para fazer amizade com médicos e pacientes, que passavam lá só para conversar com ela. Com muita facilidade, ela tirava um sorriso do rosto de quem estava aflito e colocava no coração de todos, um pouco de esperança de que tudo ia ficar bem.

Enquanto esperava sua cirurgia, mesmo a situação sendo bem delicada, dona Maria prometeu: quando ela saísse do hospital, faria uma segunda tatuagem, dessa vez, uma rosa branca no ombro.

Como aquela informação era uma novidade, Alberto começou a questionar e gravou a conversa, ao que dona Maria explicou que ela tinha essa vontade e só ia esperar sair do hospital.

Ouça o áudio:

O dia da cirurgia chegou e, apesar do nervosismo e receio da situação, dona Maria foi confiante. No entanto, a vida nem sempre traça caminhos que a gente consegue entender. O procedimento foi concluído, mas infelizmente, após sair da mesa de cirurgia, dona Mara teve uma parada cardíaca e, apesar de toda a sua energia e amor pela vida, partiu repentinamente, deixando saudades e um legado que o filho jamais vai esquecer.

“Em uma conversa marcante, nessa última internação dela, ela me disse que se pudesse, em mais cem vidas, ela escolheria ser minha mãe. E eu respondi dizendo que ela seria em mais cem vidas e em infinitas outras”, conta.

Dona Maria e Alberto. (Arquivo Pessoal)

A conexão ultrapassa todas as barreiras

Alberto conta que ao voltar de Rio Verde, onde foi o sepultamento de sua mãe, uma ligação surpreendeu ele. Uma amiga entrou em contato, dizendo que havia sonhado com dona Maria.

No sonho, a mãe de Alberto estava com um semblante de paz, com uma rosa branca nas mãos e pedia para que a flor fosse entregue ao filho.

Sem saber da conversa entre o advogado e dona Maria algumas semanas antes, a amiga apenas considerou que era importante contar o sonho para ele. Para Alberto, este era o sinal que ele precisava para saber que não estava sozinho e que ela sempre estará com ele. Como homenagem, nesta quinta-feira (27), quando completa 1 mês do falecimento de Dona Maria, Alberto fará uma tatuagem de rosa branca, como sua mãe disse que faria.

“Nós sempre tivemos uma ligação e conexão muito forte, e eu tenho certeza que isso não se perdeu nem com a partida dela”, conta Alberto, emocionado.

“Nossa relação era muito forte. Tudo o que eu sei sobre o amor, foi através do que recebi da minha mãe. Foi e sempre será o sentimento mais genuíno que alguém pode doar e receber. Eu sempre tive o melhor dela. Era minha mãe, meu pai, minha amiga… fica uma lacuna com sua partida, mas a certeza de que ela estará olhando por mim de onde estiver. É esse pensamento que tem me dado forças para continuar”.

Alberto e Dona Maria. (Arquivo Pessoal)