Como um thriller, o espetáculo “Até que a morte nos repare” traz uma narrativa cheia de surpresas e suspenses a cada cena, em que o público passa a ter contato com pistas e álibis do mosaico de um crime. Esse quebra-cabeça, cujas peças não se encaixam com precisão, é o mote que atravessa a reconstituição de cenas, dúvidas e corpos prestes a explodir. Entre um detalhe e outro, uma sequência de versões sobre o suposto ocorrido cria um ambiente onde todos são suspeitos.

O espetáculo é o resultado do projeto Amadores II e a dramaturgia foi criada a partir de um processo colaborativo, como destaca o diretor Nill Amaral. “A construção do texto contou com a consultoria dramatúrgica de Éder Rodrigues. No decorrer dos ensaios, eu propunha  vários temas para serem improvisados e o tema resultou no texto da peça onde o dramaturgo  fez uma orientação organizando e propondo a escrita das cenas. 

Diretor Nill Amaral com elenco do no espetáculo – foto: divulgação

O elenco é formado por cinco artistas amadores que compartilham o palco com um ator e uma atriz profissionais. ”Não me preocupei com o resultado final em si, embora, tudo se encaminhou nessa direção.  Ao perceber a densidade cultural do trabalho, dei enfoque ao experimento de diferentes linguagens teatrais para que os atores pudessem encontrar a essência do teatro, a melhor forma de se expressar, revelando assim múltiplas possibilidades de sentidos por meio da fala e dos signos da cena [iluminação, texto, música, etc] que o levem ao contato com o domínio do ofício de ser ator”, conta Nill.

Tanta pesquisa para construção das personagens de “Até a Morte nos Repare” tem desencadeado bons resultados na montagem da peça de teatro e, consequentemente, empolgado o elenco que tem aprendido muito em tão pouco tempo.

“É tudo muito diferente para mim. Estou gostando muito do processo, da dramaturgia que não é linear e, também, da possibilidade de dividir o palco com dois artistas experientes (Ligia Prieto e Samir Henrique), que têm sido generosos em cena, afirma a jovem atriz, Melinda Almeida, de 19 anos.

Estudos no Sesc Cultura – foto: divulgação

“Até que a Morte nos Repare” estreia nesta quinta. As apresentações serão realizadas nos dias 9, 10 e 11 de março (quinta-feira até sábado) sempre às 19h30. Com entrada gratuita e classificação de 12 anos, os ingressos poderão ser retirados 30 minutos antes de cada sessão na unidade do Sesc Cultura que fica na Avenida Afonso Pena, n.º 2270, centro de Campo Grande.

Ligia Prieto, Samir Henrique, Stephanie Verazzi, Bruno Samaniego, Karine Araújo, Melinda Almeida e Vini Willyan compõem o elenco em cena do espetáculo. Enquanto a direção é de Nill Amaral; Consultoria dramaturgica de Éder Rodrigues; coordenação de criação de espaço e visualidade da cena, Gil Esper; iluminação e montagem, Rodrigo Bento; videografia e arte designer Bruno Augusto; assistente de Vídeo Thiago Cunha e produção Cia. Ofit e de Thays Nogueira.