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O que esta moradora de Campo Grande faz com roupa camuflada e câmera na mão é incrível

Priscila mora em Campo Grande e pratica a atividade pelo Brasil; saiba o que ela faz, às vezes, com roupas camufladas e sempre com um uma câmera na mão
João Ramos -
Priscila explica que atividade é essa que pratica em Mato Grosso do Sul e no Brasil - (Fotos: Arquivo Pessoal)

As roupas curiosas chamam atenção, bem como o equipamento que ela carrega. Moradora de Campo Grande, Priscila Afonso, de 49 anos, publica rotineiramente imagens interessantes e um tanto intrigantes em suas redes sociais. Quem não conhece o hobby pode viajar tentando entender o que ela faz. Mas, em entrevista ao Jornal Midiamax, a auditora de controle externo do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul () explica direitinho essa atividade não muito conhecida.

“Sou observadora da vida selvagem, com atenção dedicada especialmente às aves. O nome mais usado é birdwatcher. Usa-se ‘passarinheiro’ também, mas pode haver confusão com criadores de pássaros em cativeiro, e os birdwatchers só observam vida livre”, detalha a paranaense que vive em Campo Grande.

Priscila diz que observa aves sistematicamente desde fevereiro de 2021, mas sempre amou passarinhos. Ela relata que só conhecia os comuns, que quase todo mundo conhece, antes do birdwatcher se tornar um esporte.

“Meu pai era observador de aves. Não fotografava, mas sabia o nome popular de muitos, muitos pássaros, além de ter ótimo ouvido. Ele tinha comedouro em casa e, diariamente, colocava frutas e sementes para os visitantes de asas”, relembra.

O início de tudo

Só que em fevereiro de 2020, pouco antes do início da pandemia no Brasil, o pai da auditora veio a falecer. “Desde então, passei a associar a presença dele a um sabiá que aparecia na janela do apartamento onde eu morava. Aí logo veio a pandemia e as restrições de circulação. Estávamos dentro do apartamento (eu e minhas filhas), e olhar pela janela passou a ser atividade necessária pra desanuviar a mente”, conta Priscila.

A partir daí, a moradora de Campo Grande começou a ver aves que antes não via. E foi com a ajuda e incentivo do amigo e ambientalista Leo que ela se tornou uma “passarinheira” e começou a identificar as aves. “Ele foi me colocando pilha pra eu observar. Olhar pela janela já tinha finalidade maior que simplesmente ‘desanuviar’: eu olhava procurando pássaros”, reflete.

Roupa camuflada e demais equipamentos

E é isso que Priscila faz por aí, seja em MS ou em outros pontos do Brasil. Em viagem mais recente, ela esteve em mesmo, logo ali, provando que não é preciso ir tão longe para encontrar as maravilhas da natureza. A auditora de contas do TCE-MS viveu uma aventura com trajes adequados que, segundo ela, nem sempre são necessários. Já a câmera na mão, essa é indispensável, embora há quem não use.

“A roupa camuflada serve pra confundir a gente na paisagem, de forma que os pássaros não se assustem. Para algumas espécies, a roupa camuflada e muita paciência são necessárias”, explica.

Mas, de acordo com a auditora, um par de binóculos já é o suficiente para começar a observar. “Conheço grandes observadores que não fotografam. Ter ouvidos treinados ajuda MUITO. Não é o meu caso… Tenho deficiência auditiva e, mesmo com aparelhos, ouço pouco dos pássaros. Sem aparelhos, não ouço pássaro algum. Mas sou bastante visual, o que ajuda a compensar”, revela.

Encontros inesquecíveis

Em março de 2021, Priscila comprou sua primeira câmera e começou a andar nos arredores de Campo Grande. “Iniciei perto de casa, na praça do Itanhangá e no Parque das Nações Indígenas. O Leo me apresentou a algumas pessoas pelo WhatsApp. E aí a paixão só cresceu”, recorda. Ela também conta que, antes de entrar para o birdwatching, não fotografava. “Estou aprendendo enquanto observo. Duas atividades que podem andar juntas e casam muito bem”, afirma.

Como a atividade não se restringe a MS, ela viaja por aí fim de encontrar alguns pássaros específicos. Nessas viagens, dois encontros ficaram marcados para a “passarinheira”.

“O primeiro, foi encontrar um gavião pega pousado, num final de tarde, na Serra da Cantareira, numa caminhada despretensiosa depois de um dia chuvoso. O outro, foi quando fotografei um caboclinho de papo branco em Terenos, embaixo de chuva”, conta.

Sobre o avistamento em Terenos, Priscila acrescenta: “Foi um momento muito especial, não só porque o bicho é incomum, mas também porque a chuva deixou tudo mais e emocionante. Conhecer a Mata Atlântica, em Ribeirão Grande, São Paulo e a Lagoa dos Peixes, no Rio Grande do Sul, também foram experiências maravilhosas”, pontua.

É um hobby: “Não faço dinheiro com isso”

“A observação de aves é um hobby apaixonante. Não faço dinheiro com isso. Eu costumo me sentir apaixonada pelas espécies com facilidade, e vivo trocando de espécies preferidas. Mas o gavião pega-macaco (que, na verdade, é uma águia) e o mosca do campo estão entre as espécies com maior valor afetivo pra mim, apesar de eu ter visto outros bichos raros e vistosos”, declara a auditora.

Ainda assim, a moradora de Campo Grande ama ver os pequenos pássaros. “Os menores sempre trazem muita alegria. Com as corujas e os outros rapinantes, tenho a sensação de momento grandiosos e sagrado”, compartilha.

Conscientização em Campo Grande

Priscila se divide entre o trabalho de auditora de controle externo do TCE-MS e, nas horas vagas, arruma um tempinho para o seu hobby favorito. No entanto, a observação está presente até no ambiente corporativo.

“A região do Parque dos Poderes, onde está o Tribunal de Contas, abriga muitas aves. Tenho uma preocupação particular com a preservação da região. Procuro ajudar na conscientização das pessoas que lá trabalham”, frisa.

Por fim, a observadora (ou passarinheira) faz um alerta. “Infelizmente, já vi muitos atropelamentos de animais. Há, ainda, aqueles de que têm medo dos bichos. É importante lembrar que, sendo um Parque Estadual, uma área de reserva, lá é o lar dos bichos. Os prédios é que estão invadindo a região deles”, finaliza a moradora.

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