De acordo com o dicionário, a palavra frisson significa empolgação intensa ou emoção forte que toma conta de uma ou várias pessoas, geralmente causando alvoroço. E é justamente essa sensação de entusiasmo que acometeu os campo-grandenses com a chegada da loba do Bioparque Pantanal.
Apelidada de Delinha, a loba do Bioparque (ou cachorro-do-mato) também tem despertado muita curiosidade e, praticamente, roubou os holofotes no complexo nos últimos dias. Diante de tamanho interesse da população, é claro que os “fiscais de plantão” logo começariam a criticar ou questionar alguns pontos envolvendo a estadia do animal no ponto turístico.
O complexo, por sua vez, tem feito questão de responder todas as dúvidas, sem deixar pontas soltas para esclarecer o bem-estar garantido à loba Delinha. Depois que ela foi apresentada ao público, muitos passaram a indagar sobre o espaço em que o cachorro-do-mato está realocado no local. “Parece tão apertado para um animal desses”, disparou uma seguidora.
Para tanto, Carla Kovalski, bióloga-chefe do Bioparque Pantanal, responde que esta é uma preocupação muito válida. “Os recintos para animais em exposição devem respeitar as dimensões exigidas pelas instruções normativas e, sempre que possível, complementar com áreas de vegetação e cambiamento. O recinto da Delinha conta com todas essas características, ela tem opção de escolha e está desfrutando de um ambiente adequado para as suas exigências”, explica a profissional.
![animal bioparque loba](https://cdn.midiamax.com.br/wp-content/uploads/2023/11/23114314/animal-bioparque-loba.jpg)
Integração da loba ao Bioparque Pantanal
Em relação ao nome e à integração da loba ao plantel, a diretora-geral do complexo comenta. “A loba chega ao Bioparque conectada à proposta do empreendimento, tendo um papel educativo e trazendo também toda uma representatividade cultural. O nome Delinha foi pensado com todo carinho, de uma forma especial, buscando não só valorizar a artista, mas todo significado que ela teve para a música sertaneja sul-mato-grossense”, acrescenta a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.
Vander Ferreira, gerente de recursos pesqueiros e fauna do Imasul, também ressalta a importância do abrigo para a loba Delinha.
“Pra nós é uma grande satisfação poder ver um animal desses sendo recebido em um ambiente que tem total condição de fazer o manejo, o bem-estar que ele precisa. O mais importante do Bioparque é a questão da educação ambiental. O primeiro objetivo do Cras é fazer a soltura do animal na natureza, não havendo essa possibilidade, é importante que nós tenhamos projetos como o Bioparque pra poder receber um animal desse com qualidade e ainda proporcionar educação ambiental”, diz ele.
![Delinha, a loba do Bioparque - (Foto: Eduardo Coutinho)](https://cdn.midiamax.com.br/wp-content/uploads/2023/11/27091249/image-13-1.jpg)
“Ela chegou pra nós em outubro de 2021, filhote ainda, trazida pelos Bombeiros. Alguns animais, quando chegam filhotes, perdem um pouco da característica do animal selvagem de fuga, de aprender a caçar. Então a gente tem que dar uma destinação que não é a soltura”, complementa Aline Duarte, coordenadora do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).
Carla Kovalski, a bióloga-chefe do complexo, ressalta: “Nós adaptamos todo o recinto pra receber ela, foi feito com muito cuidado, respeitando todas as normas de instruções normativas, pra que ela tenha bem-estar e qualidade de vida, assim como a gente proporciona pra todos os animais aqui do Bioparque Pantanal”
Delinha, a loba do Bioparque Pantanal
Delinha, a nova moradora do Bioparque Pantanal, foi resgatada da natureza, órfã, aos dois meses de vida, em Nova Andradina (MS). O resgate foi feito pelo Corpo de Bombeiros, que levou o animal para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), onde cresceu e se adaptou ao convívio com humanos.
E foi por ser considerada inapta para voltar à natureza que a loba (ou cachorro-do-mato) ganhou um novo lar no Bioparque. Agora, sua história será contada aos visitantes e também servirá para impulsionar campanhas de preservação e conservação de espécies.
Vale lembrar que o Bioparque Pantanal abriga, justamente, animais que não conseguem mais viver em seu habitat natural, como a sucuri Gaby e outros resgatados pelo Cras.
“Como seguimos o conceito moderno de aquários e zoológicos, só temos em ambiente controlado animais que não podem voltar para a natureza, que geralmente são apreendidos, ou de tráfico ilegal de animais. Aqui os animais não são objetos de contemplação”, garante ao Jornal Midiamax a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.
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