Ligação entre preso de MS com detento do RJ viraliza e falso sequestro termina em amizade; ouça

Presidiário do Rio de Janeiro fez ligação para dar golpe, mas chamada caiu justamente para um presidiário de MS. Ouça o diálogo que viralizou na íntegra

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ligação preso
Confira o diálogo na íntegra – (Imagem: Reprodução, Midiamax)

“Ô pai, fui assaltada, pai. Eu fui assaltada, quatro homens armados me confundiram, eu tô num carro. Nossa senhora, fala com o moço aqui, pelo amor de Deus, fala com o moço”. Detento da Penitenciária Estadual de Dourados, MS, nem teve tempo de responder. As falas destacadas acima, ditas de maneira afobada, iniciaram uma ligação que o mesmo, não identificado, recebeu dentro do presídio em que estava detido.

“Nossa senhora”, esboçou o preso de Mato Grosso do Sul antes de ser novamente interrompido, desta vez, por um suposto sequestrador, já em tom agressivo. “Alô, alô, calma, ela foi confundida e tá tudo bem. O senhor que é o pai dela?”, questionou o homem.

“Então, irmão”, tentou responder o detento de MS, sem chance de argumentar. “Sua filha foi vítima de um assalto, mediante sequestro relâmpago. Ela foi confundida com a filha de empresário. Ela tá sequestrada, a nossa intenção aqui não é machucar ninguém, mas se o senhor envolver a polícia ou passar o problema pra alguém… Eu não quero ir preso e meto uma bala na cabeça dela aqui, tá entendendo, doutor?”, disparou o suposto assaltante, em tom intimidador.

Identidade revelada e clima de amizade

Até que finalmente o homem que recebeu a ligação conseguiu se apresentar e deu um alerta avisando que sabia que era um golpe. “Ô irmão, deixa eu dar uma ideia aí em você, eu tô aqui no [presídio] Harry Amorim Costa”, iniciou.

“Eita, hahahaha”, respondeu imediatamente o falso sequestrador, caindo na risada, ao perceber que o plano não deu certo. “Tamo na luta, valeu”, disse o detento de Dourados. “Também tô, um abraço. Qual que é a penitenciária que cê tá aí?”, quis saber o responsável pela ligação. “Harry Amorim Costa, Dourados, perto do Paraguai aqui, irmão”, repetiu o presidiário.

Em seguida, em clima superamistoso, o detento de MS perguntou: “Valeu, meu parceiro, fica na paz aí. Você tá onde aí irmão?” “Rio de Janeiro, Bangu”, esclareceu o falso assaltante. “Fechou, vai no trampo aí, valeu”, agradeceu ele. “Tô liso, tô duro. Fui!”, justificou o detento do RJ e se despediu, encerrando a ligação.

Ligação viralizou nas redes sociais - (Imagem: Reprodução, Midiamax)
Ligação viralizou nas redes sociais – (Imagem: Reprodução, Midiamax)

Agepen comenta

Desde 2014, a antiga Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa, em Dourados, mudou de nome. A pedido da família, o presídio deixou de carregar a alcunha do primeiro governador de Mato Grosso do Sul. Decreto publicado no Diário Oficial do Estado de 26 de dezembro de 2014 determinou que o local passaria a se chamar Penitenciária Estadual de Dourados.

Por isso, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) de Mato Grosso do Sul acredita que se trata de uma ligação antiga, apesar do áudio ter viralizado recentemente nas redes sociais.

Em nota enviada ao Jornal Midiamax, a Agência comenta o áudio. “Desde 26 de dezembro de 2014, a unidade prisional de Dourados não se chama Harry Amorim Costa e sim Penitenciária Estadual de Dourados, ou seja, há quase nove anos, não sendo mais utilizada a nomenclatura antiga até mesmo por internos. Portanto, provavelmente trata-se de áudio bastante antigo”, inicia.

“Importante destacar que a Agepen tem adotado uma série de medidas para coibir o uso de celulares e outros ilícitos nos presídios de Mato Grosso do Sul, com instalação de equipamentos com tecnologia de ponta para vistorias na portaria das unidades como o raio-x corporal para quem adentra e raio-x em esteira para inspeção de objetos. Além disso, para ajudar a interceptar arremessos de ilícitos para dentro de unidades penais, sistemas de câmeras vêm sendo instalados em pontos estratégicos das penitenciárias para contribuir com o trabalho de vigilância”, diz a Agepen em nota.

Por fim, a Agepen informa que, regularmente, são realizadas vistorias em celas e demais espaços para retirar ilícitos que possam ter chegado em poder dos detentos.

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