Quanto mais o PIX e as transferências digitais se tornam alternativas preferenciais, mais as moedas e cédulas passam a virar itens da história. Algumas delas, inclusive, já atingiram o patamar de “raridade” e são amplamente desejadas por museus e colecionadores. Você é um apaixonado por moedas? Então, conheça a história de algumas ainda circulantes que podem chegar a valer até R$ 1.500.
Quando a moeda é considerada “circulante”, significa que ela está rodando no mercado. Ou seja, ainda que raras, essas peças podem parar no seu bolso. Para ajudar nessa volta no tempo do dinheiro, o Jornal Midiamax convidou o Ivanilson Carneiro Nogueira. Especialista no assunto, ele é colecionador de moedas e itens raros há 17 anos, além de ser o idealizador da Feira de Antiguidades em Campo Grande.
Moeda de 50 centavos sem o zero
A Casa da Moeda colocou em circulação até 40 mil moedas de R$ 0,50 com apenas o número 5 e não 50 em 2012.
“A quantidade de moedas defeituosas é equivalente a duas horas de produção de um equipamento. O defeito foi descoberto depois que uma moeda de cinquenta centavos foi recebida como troco na cidade do Rio de Janeiro com o reverso estampado com a denominação de cinco centavos. O exame pericial concluiu tratar-se de defeito de fabricação”, explica o colecionador.
Segundo o Banco Central, à época, as instituições financeiras deveriam ter efetuado a troca dessas moedas de imediato, quando solicitada por qualquer pessoa, por valor equivalente a R$ 0,50 por unidade. No entanto, muitas dessas peças ficaram nas mãos de colecionadores ou até mesmo de curiosos que gostaram da moeda.
“Hoje é um item muito valioso para qualquer colecionador que ama anomalias ou variantes, e que a cada dia alcança um valor de mercado bem significativo, com certeza é uma bela moeda”, reforça Ivanilson. O valor desta moeda pode variar de $800 a $1.500.
Moeda de 1 Real comemorativa ao Centenário da Declaração dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada e proclamada na Assembleia Geral da ONU em 10 de dezembro de 1948. Foi um acontecimento histórico relevante para todas as nações, onde se afirmou, pela primeira vez, o papel dos direitos humanos na sociedade.
Então, o Banco Central do Brasil e a Casa da Moeda Brasileira lançaram a moeda comemorativa de 1 real alusiva aos 50 anos da Declaração no ano de 1998. O valor pode variar de R$ 80 a R$ 350, dependendo do estado de conservação.
Moeda de 1 real comemorativa à entrega da Bandeira Olímpica
Em 2012, o Banco Central lançou duas moedas, uma de 1 real e outra de 5 reais, comemorativas em homenagem à entrega da bandeira olímpica ao Brasil. A moeda de R$ 1 é bimetálica que leva em seu anverso, no núcleo prateado, a legenda Brasil com a logomarca dos Jogos Rio 2016 e, no centro da composição, a bandeira olímpica. Outro detalhe é que no anel dourado encontram-se as legendas da bandeira olímpica e Londres 2012-Rio 2016. Foram produzidas cerca de 2.016.000 unidades, segundo a Casa da Moeda do Brasil.
Segundo Ivanilson, essa foi a única moeda das Olimpíadas que teve melhor valor. Ela pode ser encontrada numa média de preço de R$ 40 a R$ 100, dependendo do estado de conservação.
Moedas FAO de 10 e 25 centavos
As moedas FAO são de linhagem rara e produzidas entre os anos de 1975 e 1995. FAO significa Food and Agriculture Organization, traduzida para o português como Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, fundada em 1945. A Agência da ONU tem o objetivo de combater a pobreza.
Segundo o Blog Caravelas Coleções, a ONU, por meio da FAO, iniciou projeto para emitir moedas com o tema da produção de alimentos a partir de 1968 e 20 países participaram da iniciativa.
No Brasil, as moedas temáticas foram emitidas nos anos de 1975, 1985 e 1995, em comemoração ao aniversário da FAO a cada década. Segundo Ivanilson, a moeda de 10 centavos “Alimento Para Todos” tem valor de R$ 30 a R$ 80, enquanto a de 25 centavos varia de R$ 15 a R$ 30.
Ambas foram lançadas em 1995. A moeda de 10 centavos traz em seu reverso duas mãos formando um punhado de terra onde se brota uma planta com a inscrição “FAO 1945/1995” e “Alimentos para Todos”. Já a moeda de 25 centavos tem um lavrador tratando de uma planta e com as mesmas inscrições.
“Essas são as moedas do Real que estão em circulação e tem um bom valor”, informa Ivanilson.
Antes disso, houve a emissão das moedas FAO de 1, 2 e 5 centavos em 1975. O anverso da moeda é composto pela Efígie da República e, atrás, a de 1 centavo trazia o desenho de cana-de-açúcar, enquanto a de 2 centavos continha a soja e a de 5 centavos uma cabeça de boi. Essas moedas podem ser encontradas de R$ 9,90 até R$ 3 mil na Internet, no entanto, o colecionador reforça que o preço médio do seu valor de catálogo é R$ 10.
Reposição do real
Ainda segundo o colecionador ao Jornal Midiamax, algumas cédulas também são valiosas. Isso porque o padrão Real, que circula atualmente no Brasil, também emitiu notas de reposição. As cédulas de 5 e 10 reais de 1994.
“Oficialmente, o padrão cruzeiro de 1970 foi o primeiro a lançar uma marca específica para cédulas de reposição, ‘o asterisco’ (*), disposto junto ao número de série da cédula”, afirma Ivanilson. Assim, essas cédulas estão em circulação e podem valer de R$ 100 a R$ 600 cada.
Moeda mais rara do Brasil
O valor das moedas citadas acima pode ser chocante para muitas pessoas, porém, existem itens que valem mais de R$ 70 mil. Segundo Ivanilson, a moeda mais rara do Brasil hoje é a de 100 réis, datada de 1872, durante o período do império. Essa, diferente das outras citadas acima, não circula mais e já é preservada por colecionadores e acervos.
Ela pode valer de R$ 75 mil a R$ 150 mil. Ainda conforme o colecionador, ela é uma moeda específica, uma vez que a mesma de 100 réis mais antiga vale menos de R$ 30.
“Essa moeda é de cuproníquel e vale muito mais que várias moedas de ouro”, conclui.
Tem alguma moeda em casa que está interessado em vender? Ivanilson reforça que compra moedas e qualquer item colecionável para o seu acervo, basta entrar em contato pelo número (67) 99204-3336.
