Mecânico de colhedoras de cana, Flavinho Sobreira se viu impossibilitado de trabalhar após desenvolver diversos problemas de saúde por conta do desgaste físico da profissão. “Deu hérnia na minha coluna, uma lesão no músculo da escápula direita, burcite no ombro direito, seguido de tendinite no braço”, conta ele. Em meio às dificuldades, o morador de Ivinhema foi mandado embora da empresa em que trabalhava, mas descobriu nas pedras um “milagre” que mudou sua vida.

Natural de Rio Brilhante, Flavinho se machucou trabalhando em 2013 e, dois anos depois, em 2015, a empresa o dispensou. “Sigo até os dias de hoje lutando pelos meus direitos na Justiça. É complicado, passei a trabalhar de forma autônoma, vender roupa, pra garantir o sustento. Mas não deu muito certo”, relembra.

Um insight, no entanto, foi decisivo para seu futuro. “Até que, em 2019, me despertou a curiosidade de buscar um balde de pedregulho”, e foi aí que o “milagre aconteceu”. Com as pedras, ele começou a construir mini cascatas, grutas e capelas. Desde então, descobriu no ofício de artesão seu ganha-pão.

“Fiz um mini lago. E aí, com o incentivo dos amigos, as coisas foram progredindo. Vivo somente desse trabalho, não estou amparado em nenhum programa social”, diz Flavinho.

Alicerce fundamental com as pedras

Os amigos o ajudam a carregar os materiais e obras mais pesados, especialmente, Davi, que cedeu o espaço para ele poder fazer suas peças, em um barracão, em frente à sua casa. Após quatro anos do início de tudo, hoje ele comemora o sucesso e se emociona ao lembrar de tudo.

“Nunca tinha feito nada disso. Eu ia a uma lanchonete e via um mini lago lá, achava bonito. Criavam peixes dentro. Eu achava lindo, assim como qualquer pessoa acha. Até que um dia eu falei pra um amigo meu ‘vou tentar fazer um mini lago de pedra'”. Aí ele me levou pra buscar pedra de carro, porque sozinho eu nem consigo por conta do peso”, recorda.

Naquele dia, Flavinho buscou o balde de pedregulho, lavou as pedras e montou seu lago. Sem saber o que fazer com a peça, ele rifou. Depois, as encomendas começaram a chegar e não pararam até hoje.

@flavinhosobreira

NÃO TENHO PALAVRAS PARA DESCREVER TAMANHA FELICIDADE POR ESTE DIM!🙏🏻🇧🇷🙏🏻#FashionTikTok #força #foco #fé #gratidão💓💓💓💓#ivinhema #sulmatogrossense #brasil

♬ som original – Vera Leitão805

“É um dom de Deus”, diz Flavinho sobre arte com as pedras

Seu trabalho já se espalhou para mais de 15 de cidades, que vão além de MS. “As pessoas vêm buscar aqui. O lugar mais longe que eu mandei, é a cidade de Juruena, em Mato Grosso. Quase 2 mil quilômetros”, relata.

“É um dom de Deus, ele que predestinou, projetou tudo isso pra vida. Eu não sabia nem misturar areia com cimento, o que usar, o que fazer. Não tenho nem explicação pra isso”, garante.

Flavinho também relata que gasta, em média, 30 dias por trabalho e não faz nenhum tipo de projeto. “A ideia vem surgindo da mente e coloco em prática. Depois que comecei a fazer esse trabalho, fiquei mais feliz”, diz ele.

Atualmente, o artesão tem publicado vídeos de suas obras no TikTok. Na plataforma, as gravações têm feito sucesso e alguns passam das 100 mil visualizações. E ele vibra com o reconhecimento. “Eu nunca tinha feito esses trabalhos, estou lutando com a força que Deus deu, pra garantir a vida de forma honesta”, finaliza Flavinho.

@flavinhosobreira

MAIS UM SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA APARECIDA CONCLUÍDO!!!🙏🏻#ivinhemams #foconoobjetivo #nossasenhoraaparecida

♬ Nossa senhora aparecida – Gino & Geno

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