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‘Eu quis desistir’: Rapunzel das Moreninhas se emociona ao lembrar trajetória em Campo Grande

Rapunzel das Moreninhas trabalha com a ex-Cinderela do Hércules Maymone: além dos apelidos de princesa, as duas descobriram mais fatos em comum em suas vidas
João Ramos -
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rapunzel das moreninhas
Rapunzel das Moreninhas, Edivânia é vendedora e também maquiadora - (Fotos: Arquivo Pessoal)

Há 10 anos, a vendedora Edivânia Avilla é conhecida em Campo Grande como Rapunzel. Hoje morando e trabalhando em um dos bairros mais populares da Capital, a bela de cabelos longos também é chamada de Rapunzel das Moreninhas. Em entrevista ao Jornal Midiamax, ela conta a origem do apelido e se emociona ao relembrar sua trajetória na Capital de Mato Grosso do Sul.

Rapunzel é uma personagem cuja história teve origem em um dos Contos dos Irmãos Grimm, em 1815. De lá para cá, a trama da menina criada numa imensa torre, prisioneira do mundo por uma bruxa malvada, ganhou diversas adaptações, sendo a da Disney, como princesa para a franquia “Enrolados”, a mais recente e popular.

Basicamente, o cabelo de Rapunzel nunca é cortado e é conservado com uma gigantesca trança. Um dia, um príncipe passando pelo local, ouve Rapunzel cantando, e decide salvá-la das garras da bruxa. Ao enfrentar a vilã, é castigado com uma cegueira total.

Edivânia é apaixonada por tranças - (Fotos: Arquivo Pessoal) Rapunzel das Moreninhas
Edivânia é apaixonada por tranças – (Fotos: Arquivo Pessoal)

Rapunzel das Moreninhas: como tudo começou

Enquanto a Rapunzel da literatura e da ficção é proibida de cortar os cabelos como forma de castigo, a nossa Rapunzel das Moreninhas deixa suas madeixas compridas por vontade própria. Obcecada por tranças, Edivânia raramente surge em público sem um dos diversos penteados que faz. Evangélica, ela garante que o gosto pelas tranças e pelos cabelos longos não têm absolutamente nada a ver com a religião.

“Me chamam assim desde quando eu trabalhava como supervisora numa fábrica de lingeries na Cidade Morena. É porque eu sempre estava de trança, eles me apelidaram de Rapunzel e ficou”, recorda. “Eu gosto muito de fazer trança, gosto de cabelo comprido. Nunca me incomodei com o apelido, é agradável”, afirma a consultora, de 33 anos.

Rapunzel em seu atual local de trabalho, nas Moreninhas, bairro onde também mora - (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)
Rapunzel em seu atual local de trabalho, nas Moreninhas, bairro onde também mora – (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)

Foram as costureiras da fábrica que, com carinho, começaram a chamar Edivânia pelo nome da personagem uma década atrás. “A maioria das costureiras vem aqui na loja e ainda lembram. ‘Ah, Rapunzel, você tá aqui'”, diz ela, que atualmente trabalha em uma perfumaria nas Moreninhas.

“Antigamente meu cabelo era maior ainda e eu sempre fazia tranças diferentes. De lado, embutida para trás… várias. Gosto porque acho lindo, embutida é a que eu me sinto melhor, escama de peixe também amo. Gosto de fazer nas meninas”, relata ela.

Ela ainda não mediu os cabelos compridos, que já foram bem maiores. Mas a fama permanece mesmo após 10 anos do início do apelido - (Fotos: Arquivo Pessoal) Rapunzel das Moreninhas
Ela ainda não mediu os cabelos compridos, que já foram bem maiores. Mas a fama permanece mesmo após 10 anos do início do apelido – (Fotos: Arquivo Pessoal)

Cabelo intocado

Edivânia tem um casal de filhos: uma menina de 10 anos e um menino de 3. Mas, diferente da mãe, a herdeira já não gosta tanto de tranças. “Prefere deixar amarrado ou solto”, diz a mãe, que respeita a vontade da filha.

Aos 33 anos, a Rapunzel das Moreninhas nunca pintou suas compridas madeixas. “É algo de mim mesma. Meu cabelo sempre foi comprido, desde menina, sempre foi bem compridão, é uma marca minha deixar o cabelo comprido, da cor natural. Já cortei algumas vezes curto, mas não gostei”, comenta.

Rapunzel se emociona ao lembrar trajetória

Esteticista de formação, Edivânia suou muito para conquistar a graduação. Natural de Cuiabá, Mato Grosso, ela veio para Campo Grande em 2005, com a mãe, e nunca mais voltou. Durante a conversa com a reportagem, a vendedora se emociona ao relembrar sua trajetória em Campo Grande nos últimos anos, especialmente antes de conseguir o emprego onde trabalha atualmente.

“Fiz um ano de Administração e me senti um peixe fora d’água. Me identifiquei demais com a Estética, sempre gostei de maquiar. Comecei em 2016, tive que parar um pouco, consegui concluir ano passado e esse ano eu consegui pegar meu certificado. Quase desisti, aconteceu muita coisa”, explica.

Rapunzel das Moreninas vai às lágrimas durante entrevista - (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)
Rapunzel das Moreninas vai às lágrimas durante entrevista – (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)

Ela frequenta a Igreja Sara Nossa Terra das Moreninhas e a ajuda do líder religioso da comunidade foi fundamental para que a esteticista permanecesse de pé. Conquistar a atual vaga de trabalho também foi uma emoção para a vendedora. “Coloquei em oração e surgiu a oportunidade de uma entrevista e era para a Moreninhas, onde eu moro”, vibra ao relembrar.

Em meio às lágrimas, ela se emociona, sem entrar em detalhes sobre os momentos turbulentos que viveu nos últimos anos. “Se não fosse o meu pastor… eu quis desistir muitas vezes por conta das coisas que aconteceram, mas ele falou pra eu não desistir. Se não fosse ele…”, diz, com a voz embargada, enquanto seca os olhos marejados.

Rapunzel e Cinderela estão juntas em “castelo” das Moreninhas

É até difícil acreditar, mas Edivânia, a Rapunzel, trabalha atualmente no mesmo lugar e juntinho com Mari Souza, a ex-Cinderela do Hércules Maymone. As duas se conheceram na perfumaria e descobriram que têm uma história muito parecida.

“Passei pelo mesmo lugar que a Mari passou, pelo Terminal também. Era da limpeza do Terminal Guaicurus. Assim que eu saí, ela entrou no Terminal Hércules Maymone. Coincidentemente, nos conhecemos aqui”, pontua a Rapunzel, que chegou há 6 meses na loja, enquanto a Cinderela está há apenas três semanas.

Mari também relata ao MidiaMAIS como foi quando encontrou Edivânia. “Conversamos, eu contei pra ela que trabalhava no Terminal e ela contou que também trabalhou, só que no Guaicurus. Aí eu lembrei dela, sempre via uma moça que fazia limpeza lá com uma trança. Falei que eu era a Cinderela do Hércules e ela falou ‘então é de Terminal isso, porque também me chamam de Rapunzel por conta da trança e do cabelo comprido’. Coincidiu da gente se encontrar e hoje a Rapunzel e a Cinderela estão trabalhando juntas”, declara.

Na mesma perfumaria, estão a Cinderela, a Rapunzel e a fada madrinha Ketlyn (gerente que tirou Mari do Terminal Hércules Maymone). Lá, ainda trabalha Thalita, que por enquanto não tem apelido de princesa, mas Ketlyn já está pensando em chamá-la de Branca de Neve. Aí não faltará mais nada: o castelo das princesas, em Campo Grande, mais precisamente nas Moreninhas, estará completo.

Rapunzel, "fada madrinha", Talitha e Cinderela - (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax) Moreninhas
Rapunzel, “fada madrinha”, Talitha e Cinderela – (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)

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