Nesta quinta-feira (20), moradores da Aldeia Bororó assistem ao documentário apresenta as experiências vivenciadas por diferentes interlocutores sobre o pré-natal e parto de mulheres indígenas em Mato Grosso do Sul.

A exibição acontece às 9h, na Casa 658, ao lado do Cras (Centro de Reabilitação e Assistência Social) local e faz parte da Semana dos Povos Indígenas. 

Segundo Indianara Ramirez Machado, residente na Aldeia Jaguapiru, que participou da elaboração do vídeo intitulado “Oguata das gestantes e puérperas indígenas” ,  o trabalho teve a coordenação da professora Renata Picoli, da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz).

O objetivo do material produzido, é dar visibilidade às narrativas de mulheres e gestantes indígenas, Ñandesy e lideranças sobre os saberes e as práticas tradicionais de cuidados na gestação e no pós-parto e os desafios no pré-natal, parto e puerpério vivenciados pelas mulheres indígenas de Dourados e Amambai. 

Os dados da pesquisa revelam as desigualdades no acesso e no cuidado adequado às necessidades das gestantes indígenas. Aprovado no edital Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão do Sistema e Serviços de Saúde (PMA), o estudo foi realizado no período de novembro de 2021 a agosto de 2022.

A maioria das mulheres indígenas que participaram da pesquisa era das etnias Guarani e Kaiowá (296/63,4%) e Terena (158, 33,8%), residia em aldeia (404/86,1%) e fez pré-natal em Unidade Básica de Saúde Indígena (402, 85,7%). 

Cerca de metade das mulheres receberam sete ou mais consultas de pré-natal (241, 51,5%), 157 (37,2%) entre 4 e 6 consultas e 53 (11,3%) não tiveram nenhuma ou de uma a três consultas, estes percentuais ainda refletem o baixo acesso à assistência ao pré-natal, potencializando complicações para a saúde materna infantil.