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‘Desafio do apagão’ no TikTok causa morte de menina; psicóloga orienta pais preocupados

Profissional, que é de Campo Grande, conta como tem ajudado responsáveis a lidar com o acesso dos filhos à internet
Cassia Modena -
Milagros morava na Argentina e tinha 12 anos (Foto: Laura Luque/Facebook)

Embora quase sempre usadas para divertir ou ensinar, as plataformas de entretenimento têm uma face perigosa que preocupa, em especial, os responsáveis por usuários menores de idade. Crianças e adolescentes, quando inclinados a reproduzirem o que veem, podem chegar a autoprovocar lesões físicas ou até mesmo a morte – como foi o caso da adolescente argentina Milagros Soto, de 12 anos, asfixiada após fazer o “desafio do apagão” no , no dia 13 de janeiro deste ano.

A menina tentou cumprir o desafio, que consiste em se enforcar amarrando um cadarço ou cinto no pescoço até perder a consciência para, daí, se libertar no último momento. Ela foi encontrada morta pelos pais. O mesmo desafio levou à morte um menino chileno, em 2021.

“Não temos consolo”, diz família de Milagros em post no Facebook. A plataforma se pronunciou ao UOL no Brasil, informando que sente “muito pela trágica perda desta família” e que conteúdos dessa natureza são proibidos e serão removidos caso encontrados. Além disso, o TikTok salientou que o cadastro de usuários é restrito a pessoas maiores de 13 anos.

Pais preocupados

Talita atende pré-adolescentes e adolescentes (Foto: acervo pessoal)

A psicóloga clínica de , Talita Akamine Moreira, relata que recebe no consultório cada vez mais pais preocupados com o acesso dos filhos à . Ela atende pré-adolescentes e adolescentes.

Muitos adultos chegam desesperados, ressalta a profissional. “Minha primeira abordagem é a de acalmá-los e falar da importância de se aproximarem dos filhos. Esse é o primeiro passo”, conta. Mesmo para os que acreditam ter uma relação de proximidade, a orientação que ela dá é aumentar a frequência dos momentos diários de conexão o quanto for possível.

O contato diário com as crianças e adolescentes pode se concretizar com a participação em uma brincadeira, atividade física, tarefa escolar ou também uma boa conversa, exemplifica a psicóloga.

Diferença entre o real e o não real

Uma coisa que precisa ser reforçada às crianças e adolescentes, explica Talita, é a distinção entre o que é real e o que está na internet. “Eles estão o tempo todo inseridos no mundo virtual e podem acabar se perdendo em uma fantasia de mundo perfeito”, diz.

A dificuldade de se desligar do virtual e se conectar à realidade pode, inclusive, levar a um “abandono” da noção de perigo, desenvolvida nos primeiros anos de vida. “É possível que inconscientemente testem aquilo que lhes causa dor física. Quando o estado emocional é de vulnerabilidade, aí podem vir os casos de automutilação, por quererem acentuar essa dor”, complementa.

Empatia e respeito à individualidade

Os adolescentes, principalmente, passam por uma fase de construção de identidade. No mundo globalizado, estão mais acessíveis a eles as ferramentas que os induzem à busca por estabelecer equivalência e relação ao outro, ou seja, a parecer-se com alguém ou ter algum bem material que o outro tem, por exemplo. A psicóloga recomenda ter empatia com essa fase e que os pais participem dessa formação, para entender os gostos dos filhos e mostrar que respeitam sua individualidade.

Uma dica da profissional para aproximar-se com empatia dos filhos é dizer o que gostava de fazer na adolescência e perguntar a eles o que gostam de fazer hoje em dia.

Evitar repreender

Talita orienta, sobretudo, a manter a calma e evitar castigar e brigar com as crianças e adolescentes que apresentam algum comportamento na internet considerado errado.

“A abordagem mais indicada é fazer o acolhimento e conversar. Até quando há uma sexualizada inadequada para a idade nas redes sociais, o que tem sido comum, o melhor é acolher e entender o motivo daquele conteúdo conversando”, explica.

Ferramentas de monitoramento

Por último, a psicóloga comenta sobre as ferramentas digitais que monitoram ou restringem o acesso das crianças e adolescentes à internet aos aplicativos dos dispositivos eletrônicos. A profissional acredita que podem funcionar em alguns casos, em outros, não.

“Baixar esses aplicativos pode passar a mensagem de estar terceirizando esse cuidado e atenção aos filhos, que é muito importante. Há casos em que são efetivos por complementarem um cuidado mais presente. Em outros, podem reforçar um distanciamento dos adultos”, finaliza.

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