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De educadora à artista, Sônia Queiroz faz obras para o público cego com sementes e botões

Exposição dela pode ser conferida na Casa da Mulher Brasileira até 10 de março
Cassia Modena -
Obras da artista foram feitas para serem tocadas, sem restrição (Fotos: acervo pessoal)

É ainda baixo o acesso das pessoas com deficiência visual às produções artísticas. Ao se sensibilizar com isso e atender a um pedido eventual de três colegas cegos para que adaptasse obras de um , a campo-grandense Sônia Queiroz acabou se tornando uma artista sensorial “por acidente”.

A área de formação de Sônia é a educação. O primeiro contato com o universo das pessoas com deficiência foi em 1986, quando começou a trabalhar com elas. Quase 20 anos depois dessa experiência, se tornou especialista em Educação Especial e servidora pública lotada no núcleo de produção braille da Secretaria Municipal de Educação, onde, entre outras coisas, adaptava livros didáticos para alunos com deficiência. Foi ali que conheceu os colegas cegos que a inspiraram a entrar para o mundo das artes.

“Uma vez nós fomos juntos ao Museu de Arte Contemporânea do Estado, quando o prédio ainda ficava na Avenida Calógeras. Lá, eles me pediram para fazer a adaptação das obras que eu estava vendo, mas que não podiam ser tocadas e nem vistas por eles. Naquele mesmo dia eu preparei primeira apresentação dos quadros para eles com uma audiodescrição”, lembra Sônia.

A artista não tem deficiência. Com os olhos, ela faz até mais do que enxergar, lendo o mundo para transmitir em telas em alto-relevo aquilo que pessoas cegas ou com baixa visão não conseguem ver. Materiais como sementes de fruta-do-conde, botões, tecidos, lápis e gravetos são utilizados na arte sensorial. A audiodescrição é também recurso utilizado em algumas exposições.

Exposição para mulheres

A exposição mais recente de Sônia está disponível na Casa da Mulher Brasileira de deste esta segunda-feira (6). Na coleção, ela busca transmitir a diversidade e singularidade femininas. A iniciativa acaba servindo como alento e resgate de si para aquelas que passaram ou estão passando por situações de violência e precisam procurar o local.

“É um espaço de grande importância para nós mulheres, por isso, quis fazer uma exposição de quadros que representam somente elas”, justifica. Não somente o público cego acaba tendo acesso às obras. “Todos podem fechar os olhos e ter acesso às emoções e memórias que essas artes trazem, inclusive as pessoas que enxergam”, pontua.

A exposição de quadros sensoriais pode ser conferida até dia 10 de março na Casa da Mulher Brasileira, que fica na Rua , Lote A, Quadra 2, s/n, no Bairro Jardim Ima.

Outros espaços e oficinas

Outro local onde uma das obras de Sônia pode ser conferida é o Santuário Estadual do Perpétuo Socorro, onde há um quadro sensorial feito com material reciclável e marcações em braille em uma folha de janela blindex com a figura de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Além dele, a Biblioteca Pública Municipal Anna Prado Bastos, que fica dentro do Horto Florestal, também tem alguns quadros.

Além produzir arte, Sônia também dá de quadros sensoriais em escolas e comunidades. “A proposta nessas oportunidades é trabalhar os sentidos e as emoções por meio da arte”, finaliza.

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