Já viu os “pés mais lindos de Três Lagoas”? Patas de animal raríssimo que vive no cerrado de Mato Grosso do Sul foram fotografadas e deixaram pesquisadores encantados. Isso porque o animal dono destes pés é extremamente raro e recebe um cuidado especial por parte dos veterinários do Projeto Bandeiras e Rodovias, do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres).

Sabe de quem se trata? Ninguém menos que Alvin, ou Alvinho para os mais íntimos, o único tamanduá-bandeira albino vivo encontrado no mundo. Este mês fez exatamente um ano que Alvinho está sendo monitorado pelo Projeto Bandeiras e Rodovias e, durante checagem em captura de rotina para ver se está tudo bem com o animal, os pesquisadores do ICAS fotografaram suas graciosas patas, que logo despertaram atenção pela fofura.

“Tem rastro igual de criança”, comenta quem está acostumado a ver pegadas de tamanduá em propriedades rurais.

Pesquisadores querem compreender as estratégias de sobrevivência deste indivíduo raro na natureza - (Foto: ICAS)
Pesquisadores querem compreender as estratégias de sobrevivência deste indivíduo raro na natureza – (Foto: ICAS)

Conforme o projeto, Alvinho é regularmente visitado por veterinários no Cerrado de Mato Grosso do Sul, em ações importantes para averiguar seu estado de saúde e para fazer ajustes ou a troca do colar de monitoramento, visando deixá-lo o mais confortável possível.

“O Alvinho está com um ano e meio, porque começamos a monitorá-lo quando ele tinha seis meses, aproximadamente. Está pesando 16 kg e crescendo muito saudável. Até o momento, só temos notícias boas para compartilhar sobre ele”, afirma Mário Alves, um dos veterinários do projeto Bandeiras e Rodovias.

Segundo o veterinário, o monitoramento desse animal único vai possibilitar entender sobre o indivíduo albino da espécie tamanduá-bandeira e ajudar a saber como ele se desenvolve e usa a paisagem. “Ele já está com o segundo colete dele, já teve um de bebê por seis meses e agora está com esse colete de juvenil”, detalha o pesquisador.

Veja mais imagens dos “pés mais lindos de Três Lagoas”:

Patas de alvinho, único tamanduá-bandeira albino capturado no mundo - (Fotos: Projeto Bandeiras e Rodovias)
Patas de Alvinho, único tamanduá-bandeira albino capturado no mundo – (Fotos: Projeto Bandeiras e Rodovias)

Alvinho, único tamanduá-bandeira albino capturado no mundo vive em Mato Grosso do Sul

Tamanduá-bandeira albino, Alvinho foi encontrado em setembro de 2022 em uma fazenda na região de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. Este é o segundo indivíduo da espécie com albinismo localizado na mesma região. O primeiro, um tamanduá-bandeira juvenil, foi encontrado morto em 2021 com sinais de predação. Já o desta vez está sendo monitorado pelo ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres).

Batizado com o nome Alvin, ele recebeu um colar de monitoramento via GPS colocado por pesquisadores do ICAS, para a realização de um estudo inédito que tentará compreender como será a adaptação deste animal com características incomuns, em sua vida livre, no Cerrado.

Os tamanduás-bandeira normalmente possuem uma pelagem marrom-acinzentada com uma grande faixa preta nas costas. Essa coloração é de extrema importância para a sua sobrevivência, pois ajudam na sua camuflagem contra possíveis predadores, e também ajudam a filtrar os raios solares, proporcionando um conforto térmico e protegendo estes animais do sol e calor típicos do Cerrado.

Bióloga e pesquisadora do ICAS, Nina Attias explica que além das características genéticas, o estudo irá avaliar como o fato de ser albino influencia o comportamento e a saúde do animal. Todos os tamanduás são naturalmente sensíveis a temperaturas extremas e precisam de áreas com vegetação mais densa para se abrigar de frio ou calor extremo.

Isso pode ser um desafio ainda maior para um tamanduá albino vivendo no Cerrado – bioma que mais sofre com o desmatamento de suas áreas nativas, diminuindo drasticamente o habitat da fauna silvestre.

“Existe uma teoria ecológica que diz que os bichos albinos de vida livre tendem a ser menos adaptados à natureza, por isso, optamos por realizar um estudo de monitoramento que irá nos possibilitar compreender se de fato eles são mais suscetíveis ao sol, calor, frio e predadores e entender mais sobre o comportamento e as necessidades destes indivíduos raros”, pontua a pesquisadora.

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