Tamanduá-bandeira raro de pelagem loira é encontrado em Mato Grosso do Sul

Estudo inédito de monitoramento de tamanduá-bandeira albino está sendo realizado em Mato Grosso do Sul e vai tentar descobrir novidades sobre a espécie

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
tamanduá-bandeira
Pesquisadores querem compreender as estratégias de sobrevivência deste indivíduo raro na natureza – (Foto: Divulgação)

Um filhote de tamanduá-bandeira albino foi encontrado em uma fazenda na região de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. Este é o segundo indivíduo da espécie com albinismo localizado na mesma região. O primeiro, um tamanduá-bandeira juvenil, foi encontrado morto com sinais de predação. Já o desta vez está sendo monitorado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS).

O filhote albino, batizado com o nome Alvin, recebeu um colar de monitoramento via GPS colocado por pesquisadores do ICAS, para a realização de um estudo inédito que tentará compreender como será a adaptação deste animal com características incomuns, em sua vida livre, no Cerrado.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por ICAS-Projeto Bandeiras e Rodovias / Anteaters & Highways Project (@bandeiraserodovias)

O albinismo é uma desordem genética que limita a produção de melanina, gerando animais com pelagem de coloração clara ou aloirada. E, de acordo com a médica veterinária, Débora Yogui, a implantação do colar possibilitará novas descobertas.

“Quando nós chegamos lá, ele já estava em óbito, mas conseguimos coletar amostras genéticas que foram enviadas para a análise em laboratório. E agora, um ano depois, apareceu uma fêmea com um filhote pequeno (Alvin) nas costas e que também apresentava características de albinismo e dessa vez, conseguimos chegar até o animal para colocar um colar de monitoramento e isso vai possibilitar a realização de um estudo inédito sobre essa característica rara nestes animais”, explica Débora.

Desafio maior para um tamanduá-bandeira albino?

Os tamanduás-bandeira normalmente possuem uma pelagem marrom-acinzentada com uma grande faixa preta nas costas. Essa coloração é de extrema importância para a sua sobrevivência, pois ajudam na sua camuflagem contra possíveis predadores, e também ajudam a filtrar os raios solares, proporcionando um conforto térmico e protegendo estes animais do sol e calor típicos do Cerrado.

Bióloga e pesquisadora do ICAS, Nina Attias, explica que além das características genéticas, o estudo irá avaliar como o fato de ser albino influencia o comportamento e a saúde do animal. Todos os tamanduás são naturalmente sensíveis a temperaturas extremas e precisam de áreas com vegetação mais densa para se abrigar de frio ou calor extremo. Isso pode ser um desafio ainda maior para um tamanduá albino vivendo no Cerrado – bioma que mais sofre com o desmatamento de suas áreas nativas, diminuindo drasticamente o habitat da fauna silvestre.

“Existe uma teoria ecológica que diz que os bichos albinos de vida livre tendem a ser menos adaptados à natureza, por isso, optamos por realizar um estudo de monitoramento que irá nos possibilitar compreender se de fato eles são mais suscetíveis ao sol, calor, frio e predadores e entender mais sobre o comportamento e as necessidades destes indivíduos raros”, pontua a pesquisadora.

São parentes?

Além de monitorar o comportamento do Alvin quando sair das costas da mãe e de como será a sua adaptação neste ambiente, o estudo quer descobrir se o tamanduá-bandeira ou sua mãe podem ter alguma relação genética de parentesco com o juvenil encontrado em 2021 e tentar entender como um evento tão raro pode ter acontecido duas vezes no mesmo lugar em um período tão curto.

Compartilhe

Notícias mais lidas agora

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados

palhaço bioparque pantanal (1)

Newsletter

Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.