A diversidade de peles e pelos. O que deveria parecer normal é chocante para muita gente, mas, ao mesmo tempo, está atraindo muitos clientes para a depiladora Adrielle Monique da Silva Ribeiro, de 26 anos. E mesmo com muitos julgamentos, críticas e a conta nas redes sociais frequentemente denunciada, a profissional diz que não vai parar: “Muitas mulheres ainda não se acham normais por não terem a virilha dos sonhos, igual das musas das capas de revista”.
Ex-manicure, Adrielle diz que investiu no curso de depilação e depois na depilação egípcia. No início, sem muitas pretensões, ela conta que queria somente ganhar mais dinheiro e ter mais qualidade de vida. “Ouvi que aquilo não era para mim, que eu não tinha perfil de depiladora e deveria continuar como manicure por já ter clientela grande fixa, porém, eu queria mais. Pensava que só eu poderia colocar os meus limites”, argumentou ao MidiaMAIS.
Dessa forma, se matriculou em uma escola profissional e comprou os materiais necessários. “Finalizei o curso, em 2015, com muita sede de entrar na área e aí fiz um teste no mesmo salão que já trabalhava, pois, era uma local grande e conceituado, com bom movimento. Foi aí que eu tive a oportunidade de migrar de manicure para a depilação e continuei na empresa por 4 anos e meio, até que senti a necessidade de expandir ainda mais”, relembrou.
Em pouco tempo, Adrielle inaugurou a própria sala de atendimentos. “Fiz parcerias com duas digital influencers e, consequentemente, comecei a movimentar o meu Instagram profissional, além de aparecer mais nos stories e buscar entender o retorno que a rede social poderia me dar”, argumentou.
‘Tinha queixa de cliente com vergonha e traumas’, diz depiladora
Com movimento maior, mais que o dobro, a depiladora conta que agendava, atendia, cuidava do estoque e aí ressalta que começou a receber propostas de todos os lados. “Mudei de local e minha carteira de clientes sempre aumentando. Ao mesmo tempo, também recebia queixas, de gente que sente muita vergonha, medo, tem traumas, foi aí que eu decidi postar as famosas virilhas, com antes e depois”, explicou.
Mais uma vez, o movimento teve maior procura, chegando a triplicar, segundo Adrielle. “Eu entendi que o meu público era atraído, cada vez mais, por fotos reais, com cicatrizes, manchas, estrias, pelos encravados. E muitas mulheres não se achavam normais por não terem a virilha dos sonhos, igual das musas de capas de revista”, disse.
Fotos reais fizeram movimento aumentar, mas ainda chocam
Outro fato que choca ainda, de acordo com a depiladora, é a quantidade de pelos. “Muitas acreditam que só elas têm, que são anormais, fora do padrão e, junto de tudo isso, ainda tem o formato da vulva, que são únicas, de únicos formatos. Mas, quando eu vou conversando e falando sobre algo que muitos têm curiosidade, poucos falam por se tratar de uma parte íntima”, comentou.
Mesmo com clientela fixa e oito anos de experiência, Adrielle fala que ainda sofre com julgamentos. “Sou criticada por postar a realidade nua e crua. Tem gente que faz muitos comentários ruins e também vive denunciando a minha conta, minhas fotos. Só que, todos os dias, quando atendo uma nova cliente na minha maca e ela se entrega devido a um post meu, tenho ainda mais certeza do meu propósito, de cuidar, elevar a autoestima e oferecer um procedimento rápido e leve”, disse.
Ao todo, Adrielle já fez oito cursos de especialização e diz que ainda está aprendendo sobre novas técnicas de depilação e também sobre sobrancelhas.
“Quem deseja estar entre os melhores não pode estagnar, então, estou sempre buscando me aperfeiçoar, investindo em estudos mesmo”, finalizou.
