Autodidata, artista decide se arriscar na produção de bolsas e inova com opção feita de vinil

Apesar de sonhar em viver de sua arte, Priscila lamenta o desinteresse das pessoas por produtos artesanais

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
bolsa de vinil
Bolsa de vinil. (Reprodução, Redes Sociais)

Há 10 anos, quando decidiu apostar no conceito “upcycling”, que dá um novo destino a materiais que para alguns já seriam itens de descarte, Priscila Mecenas não imaginava que se apaixonaria pelo universo de produção de bolsas.

Sem saber costurar, mas observando que a bolsa era um acessório indispensável para muitas pessoas, Phree, como é conhecida, decidiu produzir uma do zero, só que usando vinil. A artesã começou testando alguns materiais e pesquisando sobre as maneiras mais adequadas de manusear a peça até chegar no resultado que esperava. E não é que deu muito certo?!

E já que ela estava cursando faculdade, cuidando do seu filho em tempo integral e trabalhar fora não era uma opção, Phree decidiu fazer das bolsas, um novo negócio, e começou a anunciar na internet e feiras da cidade.

bolsa de vinil
Primeira bolsa produzida por Phree. (Arquivo Pessoal)

Falta de reconhecimento aos artistas

Apesar de se sentir realizada na confecção de bolsas e outras artes que foram somando ao repertório com o tempo, Phree ressalta que uma grande dificuldade é conseguir com que as pessoas comprem suas peças.

“Aqui na cidade, quando eu participava das feiras, cheguei a vender umas 2 ou 3 bolsas. Já online, desde 2018, quando comecei a anunciar em plataformas de vendas, vendi em média umas 50 bolsas”, explica, reforçando que seu trabalho é muito mais reconhecido por pessoas de outros lugares.

Ainda assim, seus investimentos para as peças são inúmeros e ela reforça que em seu trabalho, oferece diversas opções para que seus clientes possam ter uma bolsa 100% personalizada, com itens que reforcem a identidade e gosto de cada um.

“Normalmente eu não uso as etiquetas originais dos discos. Os clientes podem escolher a banda que quiserem ou até, se preferirem, usar fotos pessoais e deixar a peça ainda mais personalizada”, explica.

A artesã também pontua que além da imagem do disco, seus clientes podem escolher a cor da alça, dos detalhes e ainda adicionar chaveiros, spikes, rendas, entre outros materiais.

“Muitas vezes vejo produtos industriais inferiores com uma venda muito melhor e outros produtos que às vezes nem são bacanas, e tão vendendo muito bem”, pontua. “Quem vive de arte e artesanato aqui no estado tem esse problema. As pessoas ficam muito na conversa de que é lindo, de que é bonito, mas na hora de efetivar a compra, as pessoas priorizam outras coisas”, lamenta Priscila.

Bolsas feitas de vinil. (Reprodução, Redes Sociais)

Estilo gótico e étnico das peças

Priorizando sempre trabalhos com o estilo gótico e étnico, Priscila garante que sua forma de trabalho se diferencia de outros artesãos porque suas peças permeiam entre o industrial e o artesanal.

No entanto, devido à baixa procura, ela tem feito anúncios apenas nas plataformas de vendas online, sem receber encomenda há 4 meses. “Meu sonho é viver da arte. Queria muito que essa fosse a minha principal fonte de renda”, explica Phree, que também trabalha como freelancer.

Sobre o preço de suas bolsas, ela conta que a média é entre R$100 e R$110. Já as menores, entre R$60 e R$70. Para conhecer mais sobre as bolsas de discos e outros trabalhos manuais que ela produz, é só acessar suas redes sociais, clicando aqui.

Conteúdos relacionados