Autodidata, artista decide se arriscar na produção de bolsas e inova com opção feita de vinil
Apesar de sonhar em viver de sua arte, Priscila lamenta o desinteresse das pessoas por produtos artesanais
Jennifer Ribeiro –
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Há 10 anos, quando decidiu apostar no conceito “upcycling”, que dá um novo destino a materiais que para alguns já seriam itens de descarte, Priscila Mecenas não imaginava que se apaixonaria pelo universo de produção de bolsas.
Sem saber costurar, mas observando que a bolsa era um acessório indispensável para muitas pessoas, Phree, como é conhecida, decidiu produzir uma do zero, só que usando vinil. A artesã começou testando alguns materiais e pesquisando sobre as maneiras mais adequadas de manusear a peça até chegar no resultado que esperava. E não é que deu muito certo?!
E já que ela estava cursando faculdade, cuidando do seu filho em tempo integral e trabalhar fora não era uma opção, Phree decidiu fazer das bolsas, um novo negócio, e começou a anunciar na internet e feiras da cidade.
Falta de reconhecimento aos artistas
Apesar de se sentir realizada na confecção de bolsas e outras artes que foram somando ao repertório com o tempo, Phree ressalta que uma grande dificuldade é conseguir com que as pessoas comprem suas peças.
“Aqui na cidade, quando eu participava das feiras, cheguei a vender umas 2 ou 3 bolsas. Já online, desde 2018, quando comecei a anunciar em plataformas de vendas, vendi em média umas 50 bolsas”, explica, reforçando que seu trabalho é muito mais reconhecido por pessoas de outros lugares.
Ainda assim, seus investimentos para as peças são inúmeros e ela reforça que em seu trabalho, oferece diversas opções para que seus clientes possam ter uma bolsa 100% personalizada, com itens que reforcem a identidade e gosto de cada um.
“Normalmente eu não uso as etiquetas originais dos discos. Os clientes podem escolher a banda que quiserem ou até, se preferirem, usar fotos pessoais e deixar a peça ainda mais personalizada”, explica.
A artesã também pontua que além da imagem do disco, seus clientes podem escolher a cor da alça, dos detalhes e ainda adicionar chaveiros, spikes, rendas, entre outros materiais.
“Muitas vezes vejo produtos industriais inferiores com uma venda muito melhor e outros produtos que às vezes nem são bacanas, e tão vendendo muito bem”, pontua. “Quem vive de arte e artesanato aqui no estado tem esse problema. As pessoas ficam muito na conversa de que é lindo, de que é bonito, mas na hora de efetivar a compra, as pessoas priorizam outras coisas”, lamenta Priscila.
Estilo gótico e étnico das peças
Priorizando sempre trabalhos com o estilo gótico e étnico, Priscila garante que sua forma de trabalho se diferencia de outros artesãos porque suas peças permeiam entre o industrial e o artesanal.
No entanto, devido à baixa procura, ela tem feito anúncios apenas nas plataformas de vendas online, sem receber encomenda há 4 meses. “Meu sonho é viver da arte. Queria muito que essa fosse a minha principal fonte de renda”, explica Phree, que também trabalha como freelancer.
Sobre o preço de suas bolsas, ela conta que a média é entre R$100 e R$110. Já as menores, entre R$60 e R$70. Para conhecer mais sobre as bolsas de discos e outros trabalhos manuais que ela produz, é só acessar suas redes sociais, clicando aqui.
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