Ativo em página dos Anos Dourados, Mario Francis viveu intensamente os anos 80 em Campo Grande
Mario relembra adolescência e época em que foi DJ
Monique Faria –
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Quem segue a página do Facebook ‘Anos Dourados Campo Grande – MS’ já se deparou inúmeras vezes com postagens de Mario Francis, um membro assíduo do grupo. Nascido nos anos 70, Mario viveu os fervorosos anos 80 da Capital, e compartilha com os demais membros fotos de antiguidades e recordações de lugares extintos da cidade.
Em 1980, Mario tinha 10 anos, e foi nessa época que passou a frequentar todas as opções de lazer que a cidade oferecia. “Eu peguei todo os anos 80 fervorosos de Campo Grande, começo de Capital. Estudei em bons colégios, tive ótimos professores. Campo Grande tinha muita coisa para se fazer, em termos de adolescência”, conta.
Morando com a mãe e os avós, nessa época, a educação de Mario sempre foi muito rígida. Mas isso não impediu que vivesse sua adolescência com muita intensidade.
“Eu vou confessar, fui meio rebelde nos anos 80, não me esquentava muito com as coisas não. Eu tinha que estudar porque minha mãe era professora e cobrava. Mas se me perguntarem sobre a vida noturna de Campo Grande, tudo eu vou saber te falar. Desde os barzinhos de rock, até baladas”, afirma.
De acordo com Mario, tinha opções para todas as faixas etárias. As crianças costumavam frequentar as ‘Domingueiras’, programações que abrangiam o Rádio Clube, Círculo Militar e Clube Surian. Os adolescentes iam paquerar na sorveteria Caçimba.
“A gente matava aula para ir lá, era uma coisa mais de paquera. Os alunos do Dom Bosco e Auxiliadora iam tudo lá. No domingo tinha a famosa ‘paquera na Afonso Pena’, que começava na Caçimba e ia até a Ceará. Nossa paquera era naquele trecho. Os carros iam passeando, ou íamos caminhando a pé mesmo”, explica.
Já com idade para frequentar boates, Mario foi DJ em muitas festas de Campo Grande. Naquela época, para trabalhar como DJ era preciso conhecer algum locutor para comprar as músicas, que eram em sua maioria exclusivas da rádio. “Tinham músicas que eram exclusivas da rádio. Só a rádio tinha aquela música, então você tinha que ser meio camarada, amigo de algum locutor ou técnico de som, que trabalhava dentro de uma FM, para te vender a música”, comenta.
Mario sempre foi apaixonado por música, e teve em casa os discos mais famosos da época. De sua fase como DJ, lembra com carinho das grandes boates que faziam parte da cena noturna da cidade: Túnel, Lola, Amsterdã e Toca do Gato.
Nos dias atuais, Mario sente que a cidade está parada, em questão de lazer, e raramente sai de seu bairro. “Você sai para comer só, não sai para ir no teatro, em boate ou show. Acabou a cultura. Quando tem, só depois você fica sabendo. Peças de teatro são muito caras. Campo Grande não abrange todas as camadas”, lamenta.
A participação no grupo é uma forma de relembrar e compartilhar relíquias que marcaram época. “Esse não é o meu mundo, já passou, mas eu me lembro com muito carinho. Quando eu estou conversando sobre alguma coisa dessa época mesmo, um disco, eu acabo postando. E todo mundo acaba puxando assunto comigo na página”, explica.
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