O que era para ser mais uma visitinha na casa da avó do Gael, no bairro Moreninhas, em Campo Grande, já pode ser considerado o início de uma grande descoberta. Com um ano e oito meses, na frente da casa dela, o menino apontou para a placa da rua e começou a soletrar B, I, C, U….todas as letras da palavra Bicuíba. “Minha mãe ficou impressionada, falou: Meu Deus Amanda [Barbosa Ataide, de 24 anos], ele conhece tudo”. Até que mostrei os números e ele foi mostrando que sabe todos, do 1 ao 10″. Veja vídeo.

O que deixou a vó abismada também deixou as funcionárias da creche da Santa Casa, onde ele estuda, enquanto a mãe trabalha na farmácia deste hospital. Nascido em plena pandemia, o menino se destaca por saber todo o alfabeto, números até 10, além de cantarolar pelos corredores e prestar atenção nas histórias contadas pela professora, sem se dispersar, como poucas vezes se viu em outras crianças da idade dele.

“Ele assiste desenho e fica cantando Galinha Pintadinha e boi da cara preta. Entrou na creche este ano e agora está com dois anos e três meses. Nesse episódio, na minha mãe, a gente já estava indo embora quando aconteceu. Isto tudo surpreendeu a família e, em seguida, comprei o abecedário e fico brincando com ele na minha folga. Trabalho na escala 12 por 36. Às vezes chego cansada, mas, ele mesmo que pode e eu já pego e vou apontando e ele falando. Tudo no tempo dele”, afirmou ao MidiaMAIS Amanda.

Imagens: Arquivo Pessoal

Conforme a mãe, sempre que Gael vai ao mercado com os pais é outra surpresa. “Ele fica apontando vários produtos e falando as letras. O mais engraçado é na hora do leite Ninho. Meu filho vê de longe e fica falando N, I, está quase falando as sílabas já. É filho único, primeiro neto também. Minha madrasta também mostrou o vídeo dele na diretoria de uma escola e nos orientaram a levar ele para testes. Pode ser que realmente tenho algo, ele é muito inteligente”, comentou.

Recentemente, mesmo doente e tratando no posto de saúde, o menino não parava de cantar e demonstrar alegria. “Ele ficava cantando o tempo todo. Pode ser que ele vá para esse lado. Gosta demais de cantar, só que o Gael vai ter liberdade para escolher. Isso é o que eu acho. Ele é um menino muito bom, um presente”, argumentou.

Diretora da creche da Santa Casa, com duas décadas de experiência no local, Fabíola Rossi Paziani, de 50 anos, comentou que, pouquíssimas vezes, viu uma criança inteligente como ele passar pelo local. “Quando ele chegou aqui teve aquela fase de adaptação, que não é tão fácil, mas, logo ele foi se ambientando com as outras crianças. E o Gael sempre está nos surpreendendo. Ele vê os murais e sai falando as letras. É diferente da maioria, que precisa de estímulo para isso”, comentou.

Em reunião, ocorrida neste mês de setembro, Fabíola comentou sobre o Gael com os outros pais, até para incentivá-los no ensino dos filhos. “Todas as crianças tem ânsia em aprender e é bom quando os pais ficam sabendo de casos assim. Eles podem incentivar, fazer o mesmo com os filhos. Foi algo que a mãe nem tinha comentado conosco e depois descobrimos”, explicou.

A pedagoga Juliana Silva da Cruz, de 24 anos, é quem atua na fase inicial com as crianças, na creche da Santa Casa. “Eu trabalho aqui há seis anos. Como professora, estou há um ano. Vejo que a situação dele é excepcional. Mas, todos são estimulados da mesma forma, com os cartazes, em momentos aleatórios. O Gael a gente percebe também essa atenção quando tocam músicas e também no momento das histórias. Ele presta muita atenção”, comentou.

Veja Gael com as “tias da creche”:

Imagens: Graziela Rezende/Jornal Midiamax

E você, conhece alguém assim?