‘Sonho é voltar a andar’: Ex-bailarino de MS luta por recuperação após acidente que o tirou dos palcos
Jhônatan luta para recuperar movimentos e seu maior objetivo, aos 24 anos, é andar novamente
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Jhônatan Parola Bento dos Anjos tinha um sonho desde quando era criança: se tornar um grande bailarino. Aos 17 anos, ele virou um dançarino profissional. Natural de Pompeia, no interior de São Paulo, ele se mudou para Corumbá há muitos anos para integrar o grupo de balé do Moinho Cultural com o objetivo de estudar e trabalhar. Na época dourada da carreira e juventude, ele, infelizmente, sofreu um acidente grave que o tirou dos palcos. Hoje, Parola luta para recuperar movimentos e seu maior objetivo, aos 24 anos, é voltar a andar novamente.
Ao MidiaMAIS, Jhônatan contou que a carreira começou em um ramo totalmente diferente, numa empresa multinacional agrícola na cidade onde morava. Apesar de ter sido um bom emprego, o jovem não se sentia realizado. Até que, em 2016, ele se mudou para Corumbá.
“Tive dois ótimos maestros internacionais que estavam de mudança para Corumbá para integrar o Moinho Cultural e a Cia de Dança do Pantanal. Foi aí que me surgiu a oportunidade de ir para o mesmo espaço profissional que eles. Então, por intermédio dos grandes maestros, me mudei novamente para o MS”, recorda o ex-bailarino.
A rotina de Jhônatan começava às 8h da manhã com aula para as crianças do projeto. Até as 17h30, ele era professor. Em seguida, corria para o último andar da instituição, se vestia como bailarino e participava das aulas com os ensaios. O dançarino morou até 2018 no interior de Mato Grosso do Sul. Após esse período, ele abriu as asas para conquistar novos horizontes. No entanto, o acidente o impediu de alçar voo.
O acidente
Jhônatan foi vítima de um acidente de carro enquanto voltava de Herculandia (SP), no dia 12 de agosto de 2020. Ele estava na cidade jogando vôlei de praia quando, na volta, o carro em que estava invadiu a terceira pista e bateu de frente com um caminhão. Depois disso, tudo mudou.
“Eu estava na UTI e havia acabado de acordar do coma, estava com muita medicação e não me dei conta da gravidade de tudo que havia acontecido. O acidente foi em agosto e eu fui contratado para dançar Dom Quixote em Marília-SP em novembro. A pouca noção das extensões das minhas fraturas me levou a acreditar que em novembro eu já estaria apto a me apresentar”.
No entanto, o que aconteceu foi o oposto. As fraturas foram tão graves, que o quadril direito e o acetábulo “viraram pó”. Agora, a melhor opção para que Jhônatan volte a ter uma vida quase normal é uma prótese de quadril. Mesmo assim, é extremamente limitante em várias posições e atividades. Uma delas é a dança.
“Não tenho possibilidades de voltar a dançar, o acidente fechou essa porta na minha vida”, lamenta o ex-bailarino.
Dança – um sonho que se transformou em saudade
Quando criança, o maior sonho de Jhônatan era se tornar um bailarino profissional. Hoje, é voltar a andar. Vivendo em uma condição totalmente limitada, ele afirma que o que mais deseja é ser uma pessoa independente.
“O que me motiva a seguir em frente é a possibilidade de voltar a andar, hoje não faço nada sozinho sem precisar de ajuda de alguém, não tenho nenhuma rotina, fico preso entre a cama e a cadeira de rodas. Sempre fui muito sonhador, mas hoje meu sonho é poder voltar a andar e fazer as coisas por mim mesmo”, revela.
Questionado se sentirá falta de dançar, ele é sucinto ao afirmar que sim. “Todas as melhores experiências da minha vida, a dança foi quem as proporcionou, conheci pessoas incríveis, fiz com muito esforço e dedicação por 6 anos o que eu mais amei na vida, em meu último emprego eu viajei o mundo, conheci pessoas maravilhosas, e até hoje coleciono memórias e experiências que a dança me proporcionou”, diz ele, emocionado.
Agora, ele busca ajuda para conseguir pagar os procedimentos cirúrgicos e bancar uma prótese de quadril.
Vaquinhas para ajudar
Jhônatan criou uma vaquinha online para conseguir o valor para quitar todas as despesas médicas, uma vez que apenas a cirurgia está orçada de 80 a 100 mil reais.
“Além da vaquinha online, com a ajuda do Moinho Cultural a Voupe, grupo de financiamento coletivo, abriu uma segunda campanha para arrecadarmos os fundos necessários para a cirurgia”, contou o jovem.
Quem quiser ajudar na Vakinha, basta acessar esse link.
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