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Primeiro padre de Campo Grande foi morto a tiros por viver fora dos padrões: ‘portava sempre um 44’

Segundo registros históricos, primeiro padre de Campo Grande portava a arma para impor a lei dos homens, enquanto ao altar pregava a lei de Cristo
João Ramos -
Primeiro padre de Campo Grande
Padre trazia consigo sob o colchão, sete armas de guerra e 2000 cartuchos de Mauser, diz arquivo histórico - (Foto: Arca de Campo Grande)

José Joaquim de , o primeiro vigário da cidade de , acabou assassinado após entrave com a Igreja, recusa para sair do posto e uma vida nada convencional para um padre. A história emblemática da da Capital volta a ser resgatada pela obra “Sangue no Oeste”, do jornalista Sérgio Cruz.

Conforme documentado pelo livro, com base no “Esboço histórico e divagações sobre Campo Grande”, de Emílio Garcia Barbosa, Sérgio relata que o padre José Joaquim Miranda assumiu o posto em 19 de outubro de 1912 e foi excluído das ordens sacras em junho de 1913.

“Primeiro vigário da cidade, levava uma vida desregrada para os padrões da época. Além de bom carteador e político extremado, andava com um objeto improvável”, descreve Sérgio Cruz. De acordo com a crônica de Emílio Garcia, o padre “portava sempre um respeitável 44 para impor a lei dos homens, enquanto ao altar, após noites mal dormidas, pregava a lei de Cristo”.

Rua 13 de Maio, Campo Grande, década de 10 do século XX – (Foto: Acervo do Arquivo de Campo Grande – Arca)

Assassinado o Primeiro Padre de Campo Grande

Padre José acabou banido da Igreja, pelos motivos óbvios, mas se negou a entregar a paróquia ao colega de ordenação João Alves, empossado no dia 3 de junho de 1913.

No entanto, foram dois meses até que o substituto pudesse finalmente assumir o posto e entrar na matriz, “graças a intervenções insistentes de prestigiosos moradores”, afirma a crônica.

Por fim, José Joaquim acabou assassinado em sua casa, localizada na rua 13 de maio, esquina com a avenida Mato Grosso, por um grupo de cavalarianos comandado pelo tenente Jacques da Luz. Antes de ser morto, o vigário, já afastado da Igreja, chegou a ser eleito como o 2º vice-intendente municipal, cargo que seria equivalente ao de vice-prefeito.

O Esboço histórico da Série Memória sul-mato-grossense destaca ainda que “substituindo os livros de prática religiosa e as imagens do Cristo, o padre trazia consigo sob o colchão, sete armas de guerra e 2000 cartuchos de Mauser”.

primeiro padre de campo grande
Capa do livro Sangue no Oeste, de Sérgio Cruz

Sangue no Oeste

Idealizador do livro “Sangue no Oeste”, Sérgio Cruz documenta em sua obra “mortes e crimes violentos na História de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul” entre os anos de 1730 e 2020. A morte do primeiro vigário está entre as histórias resgatadas. Ao Jornal Midiamax, o autor que se dedica à pesquisa histórica desde 1974 detalha e explica porque decidiu reunir esses dados.

“Eu reuni os fatos históricos. São dados mesmo, crimes rumorosos, e alguns eu deixei de fazer por falta de informações. Só editei e levantei fatos já publicados em jornais e livros. Não tem nada de novo, mas a intenção é reunir esse material, documentar tudo, para facilitar a quem um dia venha a pesquisar sobre o assunto”, disse ele ao Midiamax.

“Primeiro padre de Campo Grande foi morto a tiros por viver fora dos padrões: ‘portava sempre um 44‘” é a terceira de uma série de reportagens do MidiaMAIS que recorda as mortes e crimes documentados na obra “Sangue no Oeste”, disponível para venda neste link.

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