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Para quem quer virar escritor, baixas tiragens são ‘chamariz’ de novos talentos em Campo Grande

Segundo especialistas, atualmente existem várias maneiras de lançar um livro no Brasil. Confira quais
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Livro 'Retalhos de Uma Vida' e 'Outros Mais'
Livro 'Retalhos de Uma Vida' e 'Outros Mais'

O que é preciso fazer para ser escritor(a)? Como começar? Quanto investir? Esses questionamentos, com certeza, já passaram na cabeça de pessoas que, alguma vez na vida, pensaram em entrar para o universo literário. Em Mato Grosso do Sul, novos talentos apostam nas baixas tiragens para adentrar o segmento e, de quebra, sentir a movimentação do mercado.

Segundo especialistas, atualmente existem várias maneiras de você lançar um livro no Brasil, podendo ser de forma independente, com editoras prestadoras de serviço ou, até mesmo, as grandes editoras comerciais que vendem em grande escala no país. Assim, para escrever um livro, basta ter uma boa história para contar.

É o caso da Ivete Bastos Bucker, que ganhou a atenção do Estado por lançar um livro de memórias aos 99 anos, a obra ‘Retalhos de Uma Vida‘, no último domingo (13). Ela e o filho, Ricardo Bastos Bucker, de 73 anos, conversaram com o Jornal Midiamax para explicar como aconteceu todo esse processo. Com simpatia de sobra e muitas histórias para passar adiante, Ivete disse que não sabia digitar no computador, então boa parte da obra tinha sido manuscrita.

Dessa forma, amigos e familiares ajudaram a centenária a digitar suas memórias e, depois, passar para uma editoria que atua em . Depois de três anos, o livro ganhou capa, selo e contou até com lançamento. Ivete disse que a intenção de fazer a obra literária é justamente ‘guardar’ as vastas memórias da sua vida. Além disso, é uma forma de preservar sua trajetória ao lado da família.

“Foi a lembrança mesmo da minha vida. Eu sentava, lembrava do tanto de coisa que tinha acontecido comigo. Aí resolvi a escrever. Eu não esperava que tivesse tanta repercussão. Não tem igual, é agradável. A gente fica contente quando faz alguma coisa que as pessoas gostam, que é apreciado”, diz, emocionada.

Ao todo, a família mandou produzir 100 cópias de ‘Retalhos de Uma Vida’, tiragem considerada baixa perante as grandes editoras brasileiras, mas que já integra os novos talentos no mercado brasileiro para que eles consigam sentir o funcionamento. Segundo o filho Ricardo, cada cópia custou, em média, R$ 25 reais.

Questionada se teve alguma dificuldade nesse processo, Ivete é assertiva: “foi fácil, não foi difícil, não”, diz, com bom humor. Isso porque a família da centenária contratou uma editora prestadora de serviço para tornar esse sonho em realidade. Já ouviu falar dessa modalidade? Confira agora mesmo como ela trabalha.

Editora comercial VS prestadora de serviço

Se alguém tem a pretensão de lançar um livro, essa pessoa pode encontrar várias possibilidade para conquistar esse objetivo: de forma independente, com uma editora prestadora de serviço ou uma editora comercial. Segundo Valter Jeronymo, editor da Editora Life — responsável pela produção e lançado de ‘Retalhos de Uma Vida — existe uma grande diferença entre as três opções:

  • Independente: quando o autor faz tudo e lança sozinho. Não tem selo editorial;
  • Editora prestadora de serviço: trabalha com capa, diagramação, mexe com parte legal do livro (registro, catalogo). Uma vez que o livro é publicado, ajuda na distribuição do livro nas livrarias e sites. O autor paga a editora pelos serviços e fica com o retorno financeiro do livro;
  • Editora comercial: o autor manda as originais para avaliação (dura de 2 a 3 anos), a editora analisa e banca todos os custos do livro. Paga os direitos autorais do autor. Na maioria das vezes, a editora recusa. 

Há 15 anos no mercado de Mato Grosso do Sul, o especialista afirma que os novos escritores sempre trabalham com pequenas tiragens para iniciar no segmento literário. Assim, a editora prestadora de serviço — modalidade que ele trabalha — é uma ótima opção pelo custo mais baixo. Além disso, não precisa passar pelo processo de análise de uma grande editora comercial, que pode levar até dois anos e, ainda, ter o esboço rejeitado.

“Na prestadora de serviço, mesmo com a pequena tiragem, o escritor pode fazer um livro com selo, registro e tudo certinho. Já a editora comercial vai assumir todos esses custos, então o autor só vai receber os direitos autorais. Só que é um processo demorado e muito difícil de ser contemplado, especialmente para novo autor”, completa Valter.

Já produzir um livro de forma independente isenta o autor de gastar com a terceirização de serviços, porém, ele fica encarregado de fazer absolutamente tudo da obra. Muitas pessoas buscam esse recurso também. 

Autores independentes

Ana Elisa Naveira, de 34 anos, é designer gráfica e natural de Campo Grande. Ela publicou o ebook (livro digital) ‘Outros Mais: Uma vida, várias possibilidades’ na Amazon. Para quem deseja seguir a mesma abordagem, a jovem sugere que é necessário ter uma boa história e buscar referências.

“Livros, filmes, músicas, podcasts, canais de youtube… absorver as conversas com amigos, com desconhecidos, com as pessoas com quem a gente se relaciona no dia a dia. Tudo vai servir pra trazer bagagem. Toda informação pode servir para inspirar, desde que você veja o mundo com esse olhar”, afirma.

Ana lançou o livro na plataforma Kindle. Além do cadastro na Amazon, não precisou fazer mais nada e nem gastar com a publicação. Assim, essa opção é também um chamariz para quem não quer ter custo. “Pra mim foi relativamente fácil, na Internet tem os tutoriais de como fazer a publicação por você mesmo, basta seguir os passos e pronto! É tranquilo de fazer por conta própria”.

Além disso, a designer ressalta a facilidade dos recursos digitais. “Graças às plataformas como o Kindle, muitos autores independentes conseguem chegar até os mais variados públicos. Eu publiquei o meu livro por hobby então não aguardo nenhum grande retorno financeiro disso”, conclui.

Cuidado com a pirataria

A Internet, de fato, é uma boa porta de entrada para os novos autores que desejam publicar livros digitais. Porém, segundo Valter, o livro físico continua sendo o preferido entre os brasileiros.

“No mercado brasileiro, o e-book hoje corresponde de 5% a 6% do mercado, isso com pandemia e tudo. O leitor gosta do livro impresso. Eles falam que o e-book é cansativo de ler, gostam de ter o livro físico para fazer anotações, mesmo no público jovem”, afirma. Além disso, adverte que os novos autores devem ter cuidado com a pirataria nesse meio.

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