Falecida em 1984, Conceição dos Bugres é uma figura emblemática de Mato Grosso do Sul. A sua vida trouxe frutos e, agora, parte dessa história pode ser admirada a céu aberto na rua 15 de novembro com a Calógeras, em Campo Grande. O seu neto, Mariano Antunes Cabral Silva, usou um tronco de árvore parado para confeccionar o famoso bugrinho ao vivo na manhã desta sexta-feira (21).
Ele teve essa ideia durante um passeio com a mãe, a também artista Sotera Sanches da Silva, quando observou o pedaço de toco natural que daria uma bela obra. “Semana passada nós viemos aqui e na mesma hora pensamos em fazer um bugrinho neste toco. Aí o Douglas foi atrás para viabilizar para a gente fazer. Muita gente não conhece os bugrinhos e o nosso objetivo é as pessoas conhecerem”, contou Mariano.
Com o bugrinho na região, e próximo à Casa do Artesão, a população campo-grandense poderá descobrir as origens dessa escultura que já permeia gerações.
A continuação do legado
Mariano é quem continuou o trabalho da veterana. Ele recorda que os bugres surgiram devido a um sonho de Conceição.
“Minha vó sonhou, levantou-se do sonho e daí pegou uma rama de mandioca e viu que parecia um bugre. Fez um rosto na rama de mandioca. Começou assim, depois ela trocou a rama pela madeira, porque aquele material ia apodrecer”, revela.
Então, ele passou a ajudar sua avó com os bugrinhos aos oito anos de idade. Atualmente com 56, é o único continuador da arte de Conceição dos Bugres.
“Eu ia sempre na casa da minha avó para aprender. Passava lá e acabava pousando por lá. Hoje tenho os bugrinhos na Casa do Artesão. Os preços variam de 50 a 300 reais, dependendo do tamanho. Também aceito encomendas e muitos dos bugrinhos que fiz estão espalhados pelo mundo”, finaliza Mariano.