Qual é o tamanho do seu sonho? Existem aquelas pessoas que possuem ambições tão verdadeiras que distâncias, fronteiras e mudanças não apresentam nenhum problema. Natural do Egito, Mostafa Fathy Ahmed Eglan, 31 anos, percorreu mais de 10 mil quilômetros a fim de se mudar para o Brasil com objetivo de trabalhar. Atualmente instalado em , ele vende shawarma — comida típica do oriente médio, semelhante a um lanche — para levar suas raízes aos paladares dos sul-mato-grossenses.

Ao MidiaMAIS, Mostafa contou que nasceu na cidade de Shanshoor, província de Monofeya, no Egito. Antes de continuarmos, vale ressaltar que Mostafa quase não compreende ou fala português. Por isso, ele contou com ajuda de amigos e do tradutor para conversar com a equipe de reportagem.

Com carisma e boas lembranças, o chef compartilhou sua história com a gente. Ele e a esposa vieram para o Brasil em 2019, quando moraram primeiro em São Paulo. Na época, a mulher fazia tratamento na capital paulista devido a uma de risco. O primeiro filho do casal, então, morreu aos seis meses de vida.

A vinda para Campo Grande ocorreu dois anos depois, em 2021, em busca de oportunidades de trabalho. Na Capital dos Ipês, cercado de pessoas amáveis, o casal foi agraciado com um novo presente de boas-vindas.

“Somente me mudei para Campo Grande em 2021 com minha esposa e graças a Deus ele nos agraciou com uma filha linda, nasceu aqui com nome ‘Malak'. Meu motivo de vir para o Brasil foi para melhorar nossa condição de vida e tanto porque o egípcio ama a cultura brasileira que tem muitas coisas semelhantes, como povo sorridente, social e alegre”, disse ele.

Barraca de sanduíche árabe fica na Orla Morena
Barraca de sanduíche árabe fica na Orla Morena (Foto: Leonardo de França/Midiamax)

Culinária do Egito

Conforme o chef de cozinha, a egípcia é uma combinação das culturas árabe, turca e do Oriente Médio. Na Capital de Mato Grosso do Sul, onde a culinária árabe tem forte influência na população, Mostafa se sentiu motivado a dar continuidade a sua carreira de chef que havia iniciado no Egito. Atualmente, ele prepara e vende shawarmas em sua barraquinha localizada na Orla Morena, em frente à escadaria, um dos principais pontos turísticos de Campo Grande. Na sua opinião, é a oportunidade perfeita para passar sua herança adiante por meio do sabor.

“Os temperos podem estar em proporções diferentes e temperos distintos, mas o que importa no cozinheiro é o espírito ‘do cozinheiro', ingrediente principal para cozinhar comidas deliciosas”, reflete.

No entanto, a venda de comida ainda não é o suficiente para bancar as contas de casa. Por isso, ele trabalha durante o dia em e, à noite, com a barraca. Para ele, a maior satisfação é ver os clientes felizes e satisfeitos.

Adaptação com cultura sul-mato-grossense

Cerca de 10.612 quilômetros separam o Egito de Mato Grosso do Sul. Mas, para Mostafa, a adaptação com cultura brasileira e sul-mato-grossense não foi nenhum problema. Além de considerar o brasileiro com um ‘coração social com paixão', ele também aderiu à culinária regional.

Atualmente, ele afirma não dispensar um bom churrasco e nem pratos preparados com peixes. Questionado sobre o tereré, ele afirma que a bebida preferida continua sendo o chá-preto — muito comum na sua cultura —, mas que está se habituando com a erva-mate.

“Eu e minha esposa decidimos ficar aqui de vez por enquanto e visitar nossa família no Egito. Agora temos dois países de paixão”, finaliza Mostafa.


Fale com o MidiaMAIS!

Quer conversar com a gente sobre o universo do entretenimento e cultura? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar aberto ao bate-papo, troca de informação, sugestões, enquetes e muito mais. Você também pode acompanhar nossas atualizações no Instagram e Tiktok. Tem uma história legal para compartilhar com a gente? Fale direto com nossos jornalistas do Midiamais.