Morre a cantora Delinha aos 85 anos
Delinha respirava com a ajuda de oxigênio desde que deixou o hospital no final do mês de maio
João Ramos –
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A cantora Delinha faleceu nesta quinta-feira (16), feriado de Corpus Christi, em Campo Grande. A informação foi confirmada pelo próprio filho da Dama do Rasqueado nas redes sociais.
Conforme João Paulo Pompeu informou ao Jornal Midiamax, Delinha estava respirando com a ajuda de oxigênio desde que deixou o hospital no final do mês de maio.
Aos 85 anos, ela tinha um nódulo no pulmão e se recuperava de uma crise respiratória com atendimentos médicos em casa. A causa oficial da morte ainda não foi informada. A Dama do Rasqueado faria 86 anos no próximo dia 7 de setembro.
Delanira Pereira Gonçalves
Conhecida como Delinha ou Dama do Rasqueado, Delanira Pereira Gonçalves nasceu em Vista Alegre — distrito do município de Maracaju, às 4h do dia 7 de setembro de 1936, uma segunda-feira. Em sua casa, moravam os pais, os avôs maternos e alguns tios.
Delinha viveu ali até os 4 anos de idade e já cantava marchinhas como “oh, jardineira porque estás tão triste”, mesmo não conseguindo pronunciar todas as sílabas corretamente.
Em Campo Grande, o pai da cantora construiu uma casa no bairro Imbirussu, no encontro da “Rua de Baixo”, com a “Rua de Cima”, que depois se tornaram, respectivamente, Avenida Bandeirantes e a Tiradentes.
Ali, a família tocava um “bolicho”, armazém de secos e molhados. Algum tempo depois, a família se mudou para um pouco abaixo, no bairro Amambaí, na casa onde Delinha viveu até seus últimos dias.
Com uma infância de grandes dificuldades financeiras, a dama do rasqueado sempre ajudou nas tarefas de casa e trabalhou vendendo os bolos que a mãe fazia. Mas, segundo ela própria, não faltava nada para viver. Estudou na escola das freiras e depois no “Estadual”, onde terminou o ginasial. Depois, para ajudar a mãe, já que esta havia se separado do pai de Delinha, aos 19 anos arrumou o seu primeiro emprego, em uma loja de roupas na Rua 15 de novembro, esquina com a Calógeras.
Nessa época, a cantora já estava noiva do primo Zézinho, que logo se tornaria o Délio, e com ela formaria uma dupla icônica para a música sul-mato-grossense. Foi com o noivo que aprendeu as primeiras notas musicais, permitindo que acompanhasse as canções tocando o seu violão.
Depois disso, tudo é história. Délio e Delinha, conhecidos como o “casal onça de Mato Grosso”, gravaram 14 discos 78 RPM mais 19 LPs e mais 4 CDs. Délio morreu em 8 de fevereiro de 2010, em Campo Grande, MS, vítima de câncer de pulmão.
A dupla já se desfizera antes, e Delinha seguiu com sua carreira, vindo a falecer nesta quinta-feira, feriado de Corpus Christi.
Homenagens
Recentemente, a Dama do Rasqueado foi homenageada na novela “Pantanal”, da TV Globo e no tradicional Arraial de Santo Antônio, em Campo Grande, apenas 6 dias antes de seu falecimento.
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