As últimas semanas foram de extrema importância para os grupos de dança Adágio e Maktub, do Espaço Suzana Leite, em Campo Grande. Isso porque, após terem sido selecionados para uma das principais premiações de dança do Brasil, 23 bailarinos precisaram correr contra o tempo para a arrecadação de recursos financeiros a fim de custear a viagem, com destino a Florianópolis (SC).

Por isso, eles foram até as ruas de Campo Grande para fazer verdadeiros espetáculos a céu aberto. No último mês, os pontos da e Rua Padre João Crippa se tornaram os novos palcos dos artistas que buscavam ajuda financeira. Além disso, eles promoveram, no início de janeiro, um na Praça Ary Coelho e pastelada no CTG Farroupilha.

Sem ajuda ou auxílio financeiro do governo, os dançarinos, finalmente, conquistaram o objetivo. Na tarde de domingo (23), eles embarcaram em um ônibus e seguiram direto a Florianópolis, onde acontece o Prêmio Desterro entre os dias 25 e 30 de janeiro.

Quem conversou com o Jornal Midiamax foi a professora de ballet Yasmin Salame, de 23 anos. Segundo ela, a viagem para o Estado de Santa Catarina já está na reta final e participantes estão muito contentes com a conquista. Eles chegam ainda nesta segunda-feira (24) ao local.

No entanto, valor inicial pretendido da arrecadação, de R$ 50 mil, não foi atingido. Mesmo assim, os bailarinos deram um jeito para que todos conseguissem comparecer ao Prêmio.

“Com o valor arrecadado, conseguimos pagar o ônibus e parte da hospedagem. O restante da hospedagem, alimentação, etc., os pais que estão arcando”, contou Yasmin.

Mas isso não foi impedimento para os artistas. “Está sendo uma experiência única, saber que nosso esforço e trabalho valeu e está valendo a pena”, contou Juan Carlo Almeida, de 25 anos, um dos integrantes do grupo.

Como tudo começou

Toda essa aventura começou quando Yasmin inscreveu seis coreografias dos alunos no Prêmio Desterro. O que ela não esperava, porém, é que a maioria fosse selecionada para o evento. Sem apoio ou auxílio financeiro, assim começou a arrecadação dos grupos de dança nos semáforos de Campo Grande.

“A gente não tinha nenhuma perspectiva, mas acabamos passando [no Prêmio] no início de dezembro. Foi tudo bem corrido, não temos nenhum apoio de Fundação nem nada. Estamos correndo atrás da ajuda da população, é uma viagem cara, em torno de R$ 50 mil”, afirmou Yasmin na época.

Além dos 23 bailarinos, alguns pais e responsáveis também foram na viagem para acompanhar os menores de idade. Agora que o grande desafio foi vencido e a participação no Prêmio Desterro já é uma realidade, os bailarinos estão focados em representar o Estado de e, claro, trazer a vitória para a casa.