Julho sem Plástico: momento é de urgente necessidade de combater a poluição ambiental
“O plástico está tão presente no dia a dia que nem paramos para pensar nos danos”, reflete professor
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O plástico é um dos principais materiais que mais prejudicam o meio ambiente, pois leva em média 450 anos para se decompor. No cenário brasileiro, cerca de 170 praias brasileiras (54%) estão poluídas por canudos, embalagens e demais produtos contendo materiais sintéticos em sua composição, segundo pesquisa do Atlas do Plástico. Para Matheus Bezerra, professor de Direito da Anhanguera e Mestre em Ciências e Tecnologias Ambientais, o momento é de urgente combate à poluição ambiental.
É nesse contexto que campanhas e acordos globais se esforçam para conscientizar sobre a importância da reciclagem. Uma dessas ações é o Julho sem Plástico, que neste mês visa chamar a atenção da população para a redução do uso do plástico. A iniciativa em vigor oficialmente em 2011, quando o Earth Carers Waste Education criou, na Austrália, a campanha Plastic Free July com intuito de diminuir o uso de plástico nas rotinas diárias durante aquele mês. Contudo, o movimento se estendeu e até hoje disponibiliza informações sobre o descarte de diferentes tipos de resíduos para todos os meses do ano.
Iniciativas para reduzir o uso de plástico são válidas e importantes, conforme avalia o professor Matheus. “De fato essa redução tanto em casa quanto nas indústrias pode diminuir a poluição ambiental. Esse é um grande desafio da atualidade, pois o plástico está tão presente no dia a dia que raramente paramos para pensar nos danos”, defende.
Se atentar para o uso necessário e descarte correto do plástico é uma atitude fundamental para combater a poluição e impedir prejuízos na saúde, economia, biodiversidade e também no clima. Esses impactos decorrem desde a produção do material até o descarte. “Além de pensar na redução, que é o que a gente deve fazer de forma inicial, a gente também precisa pensar na reutilização e, por fim, na reciclagem desses produtos”, diz Matheus.
O professor explica que a história de produção em larga escala do plástico começou por volta dos anos 50 por perceberem a alta resistência do material, mas que com o passar dos anos o que era para ser solução se tornou um problema. “O plástico libera gases tóxicos que podem afetar o solo, a água, o ar, prejudicar a produção de alimentos e causar doença tanto em animais como em seres humanos. Então reduzir o uso de produção e consumo de plástico é uma das alternativas que temos para superar esse grande desafio”, justifica.
A ordem é reciclar
Na vida da empreendedora Hanna Soares, 39 anos, reciclar é palavra de ordem. Plásticos só entram na sua casa quando não há outra alternativa. Para as compras, ela utiliza sacolas retornáveis e até o óleo é reciclado. À frente da Veganas Baianas, Hanna levou para o negócio a sua consciência ambiental.
“No empreendimento seguimos a mesma linha da nossa rotina doméstica, mas enfrentamos ainda a resistência de muitos fornecedores que usam plástico nas embalagens dos insumos que compramos. Quando participo de eventos como Feira Vegana, eu só uso pratos e talheres que sejam retornáveis ou de papel ou madeira. Meus produtos só vão para o cliente em recipiente de plástico em último caso, pois quase todas as nossas embalagens são de papel. Vamos fazendo o que dá para fazer”, enfatiza Hanna.
Dicas para reduzir o plástico e outros lixos no dia a dia
- Na hora de comprar utensílios domésticos, dê preferência aos produtos de vidro ou metal.
- Caso seja realmente necessário comprar um produto de plástico, opte por bioplásticos, plástico verde, plástico PLA ou plástico de amido.
- Em vez de comprar lâminas de barbear descartáveis, invista em um barbeador de metal, que é mais durável, e também compensará financeiramente.
- No lugar de tecidos de fibra sintética, escolha aqueles de algodão orgânico.
- Se for possível, dê preferência ao coletor menstrual ou absorvente de pano, e fraldas de pano ou biodegradáveis.
- Sempre que possível faça o descarte correto dos resíduos separando recicláveis de não recicláveis.
Profissões em expansão para quem deseja trabalhar com o meio ambiente
Muitas profissões e especializações possibilitam atuar de alguma forma contribuindo para a preservação do meio ambiente, como Jornalismo ambiental, Direito ambiental, Contabilidade ambiental, Oceanografia, Engenharia Ambiental etc. Confira, a seguir, especializações com boas oportunidades de emprego para trabalhar na área sustentável.
– Designer de Produtos Sustentáveis: esse profissional desenvolve produtos que causem o mínimo de impacto ambiental, como embalagens recicladas. Essa área vem ganhando relevância em virtude do investimento de grandes empresas em produtos que respeitem o meio ambiente.
– Especialista em Gestão de Resíduos: é o profissional responsável por elaborar alternativas que minimizem a contaminação dos ecossistemas, para garantir o tratamento adequado do lixo e projetos voltados à reciclagem.
– Contador Ambiental: uma das especialidades da contabilidade inclui analisar gastos de empresas com geração de lixo, energia e água. O contador ambiental é quem faz esse registro e pode, ainda, contribuir para elaboração de políticas que tornem as companhias mais responsáveis ambientalmente.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil
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