‘Isca viva’, fotógrafo se coloca na frente de sucuris-verdes em MS: ‘fiquei chocado’
Fotógrafo ficou cara a cara com sucuris-verdes, a maior espécie de sucuris, e uma delas mostrou a língua ao vê-lo
Arquivo –
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“Aventureiro, explorador, maratonista e ocasional isca viva”: é assim que o próprio fotógrafo internacional Julian Gunther se define. Em uma bem-sucedida caçada para fotografar sucuris-verdes, chamadas por ele de anacondas, no Rio Formoso, em Mato Grosso do Sul, o profissional especialista em registrar o mundo selvagem ficou frente a frente com várias serpentes dessa espécie, que é a maior entre as sucuris.
Dentre as cobras que encontrou submersas no Rio de Bonito, uma chegava a medir 6 metros de comprimento e impressionou o fotógrafo. Outra sucuri, da mesma espécie, foi capaz de mostrar a língua ao vê-lo. “Uma pequena sucuri-verde de 7 pés (2m) se apoia em uma árvore submersa no Rio Formoso, no Mato Grosso do Sul, Brasil. Existem quatro espécies diferentes de anaconda: a anaconda-verde (maior e mais pesada), a anaconda-amarela ou paraguaia, a anaconda de manchas escuras e a anaconda Beni ou boliviana”, explica Julian.
“Suspeitamos que esse indivíduo [abaixo] fosse um homem, pois estimava-se que ele tivesse entre 2,1 a 2,4 m (7-8 pés). As fêmeas são geralmente muito maiores que os machos. Em média, as fêmeas acasalam a cada dois anos e têm bebês no meio. Uma cobra de tamanho médio dá à luz a 25-30 filhotes de cada vez (pode ser mais ou menos, dependendo do tamanho do animal)”, esclarece o fotógrafo sobre a serpente abaixo:
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Julian precisou se colocar na frente de uma sucuro-verde debaixo d’água para conseguir registrar sua cabeça de perto. Ele se impressionou com o que viu e declarou:
“Fiquei chocado com o quão pequena a cabeça de uma sucuri parece em relação ao seu corpo e circunferência. Elas têm múltiplas adaptações que as ajudam a viver uma existência principalmente aquática. Por exemplo, os olhos e as narinas de uma sucuri estão localizados no topo de suas cabeças, permitindo que elas vejam e respirem melhor enquanto nadam na água”, detalha o profissional.
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Em seguida, ele destaca a serpente enrolada em um galho de árvore. “Anacondas [sucuris] são criaturas tipicamente solitárias; no entanto, durante a época de acasalamento, os machos procuram as fêmeas (as maiores). Vários machos podem perseguir uma única fêmea. Isso pode resultar em uma “bola de reprodução” de vários machos enrolados em uma única fêmea, todos tentando se reproduzir. Esta bola pode durar até 4 semanas. Após o acasalamento, não é incomum que a fêmea coma o(s) macho(s)”, dispara.
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Comeu capivara, talvez?
Ao compartilhar os registros feitos no Rio Formoso, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, durante a bem-sucedida expedição para fotografar as cobras, Julian também faz questão de dar detalhes sobre o comportamento das mesmas.
“Sucuris são constritoras, o que significa que elas agarram sua presa e a envolvem, ficando progressivamente mais apertadas até que o animal morra. No entanto, a causa da morte geralmente não é causada por asfixia (falta de ar). Em muitos casos, o animal morre de ataque cardíaco ou falta de fluxo sanguíneo para o cérebro ou outros órgãos vitais. A compressão sobrecarrega o sistema circulatório sobrecarregando o coração à medida que ele luta progressivamente para mover o sangue”, pontua o fotógrafo.
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Por fim, uma sucuri-verde fêmea [foto acima], bem alimentada, e medindo 16-19 pés (cerca de 5-6m) submersa sob as plantas, raízes e outra vegetação, ao longo das margens do Rio Formoso, tinha acado de almoçar.
“Fez uma grande refeição (capivara, talvez?), estava extremamente esticada e apenas sentada na beira da margem. Ela provavelmente permaneceria assim por várias semanas enquanto digeria sua refeição. Imagine como você se sente lento depois de uma grande refeição e multiplique por 10x”, compara Julian, aos risos.
Ética e bem-estar
O fotógrafo ressalta que a ética e o bem-estar animal estão em primeiro lugar em seu trabalho. “Um aspecto muito, muito, muito importante sobre a fotografia da vida selvagem é não perturbar o animal. Nesse caso, ela poderia ter regurgitado sua refeição e fugido se não tivéssemos cuidado. Nós nos movemos muito devagar e deliberadamente, também nos certificamos de não chegar muito perto”, esclarece.
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“Além disso, só ficamos com ela por cerca de 30 a 45 minutos e depois a deixamos sozinha e continuamos rio abaixo. Poderíamos facilmente ter passado o dia inteiro com ela e provavelmente tirado algumas fotos excelentes, mas a ética e o bem-estar do animal também entram em jogo”, finaliza Julian, deixando como registro belíssimas imagens das sepentes debaixo d’água.
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