O capítulo de sábado (20) da novela “Pantanal” continua dando o que falar. Além de ter exibido um bebê com patas de animal no lugar das mãos, o episódio chocou ao mostrar a cena do assassinato da onça Marruá, que representava Maria Marruá no folhetim.

Telespectadores mais atentos repararam que o animal “morto” não era o mesmo que apareceu em todas as outras cenas da onça na trama. E, de fato, não era mesmo.

A onça do início de “Pantanal” era a “atriz” Matí, que repercutiu por sua brilhante atuação e ficou conhecida em todo o Brasil. A Globo segue utilizando as imagens que fez dela, que é do bioma cerrado e vive em Goiás, aos cuidados do Instituto NEX.

Porém, para a sequência do assassinato, a emissora precisou utilizar outra onça mais acessível, já que não havia rodado cenas da morte com Matí. A troca do felino levantou na internet o boato sobre uma possível demissão do primeiro animal.

Troca de onça

Mas não. O Gshow, portal de entretenimento da Globo, esclareceu o que aconteceu. “Para começo de conversa, é preciso entender que a onça em cena e os atores não se viram em nenhum momento. Murilo Benício e Gabriel Santana gravaram em uma fazenda próxima do Rio de Janeiro, cenário que imita as características do Pantanal. Já o animal, no caso a onça-pintada Gaia, teve suas imagens capturadas na Associação Mata Ciliar, em Jundiaí, no interior de São Paulo”, iniciou a explicação.

“Quem une os dois elementos em uma mesma cena é a equipe de Efeitos Visuais da Globo, que foi responsável por outras tomadas como a da onça Marruá surgindo na tapera e da queda do avião de Madeleine (Karine Teles). Desta vez, a equipe coordenada por Rafael Ambrosio, supervisor de Efeitos Visuais, precisou contrapor a iluminação, os enquadramentos de câmera e até outras imagens da onça Marruá”, esclareceu o Gshow.

Matí, portanto, não foi demitida e ainda apareceu na sequência, já que as duas onças foram utilizadas para registrar o momento da morte. “Na mesma cena, utilizamos imagens da Matí, a onça de outras cenas, e a da Gaia, que foi gravada agora. Elas são muito parecidas em questão de porte, peso, tamanho, o que ajudou muito na edição final”, explicou o supervisor Rafael ao Gshow, que trabalhou junto com Brenda Ximenes, designer da Globo, na composição da cena.

Boneco

Ainda conforme o Gshow, no cenário em que foi filmada a reação e a interação dos atores, a onça era um boneco. O objeto de cena, inclusive, foi todo produzido pela equipe de arte da Globo, que trabalhou com a equipe de efeitos especiais na composição final. Apenas o sangue espirrando em Tenório como efeito do tiro foi filmado.

“A onça é um objeto cenográfico em que a arte produziu a cabeça e todo o corpo foi montado com tecidos e sacos especiais. A ideia era chegar num formato próximo a de uma onça morta, já que o Velho do Rio a carrega depois”, disse Ricardo Menezes, produtor de efeitos especiais da Globo.

A logística foi outra no local em que foram registradas as imagens da onça. Gaia iria passar por exames de rotina e a equipe da Globo aproveitou para filmá-la, momentos antes disso. Desta forma, algumas aberturas foram feitas na grade da área do animal para a câmera, para registrar as imagens dela apenas deitando.

onça
Boneco da onça utilizada nas gravações com Murilo Benício e Gabriel Santana — (Foto: Arquivo pessoal/Ricardo Menezes)

Sangue

O sangue é cenográfico e, como Gaia estava mais calma, um produtor entrou na área dela para colocar os pingos em seu corpo. “A substância é totalmente atóxica, composta de groselha, água e açúcar”, garante o Gshow.

“Tivemos todo um acompanhamento técnico de veterinários e médicos para a filmagem, com o uso de sangue falso que não faz mal para o animal e nem para o ser humano”, reforça Claudia Nascimento, consultora de meio ambiente da Globo.

Respeito

Como qualquer gravação da Globo que envolve animais, a produção da novela respeitou as orientações dos órgãos ambientais, sempre priorizando o bem-estar animal, afirma o portal, dizendo ainda que, entre diversas medidas adotadas, Gaia foi mantida em ambiente calmo e livre de estresse, com conforto térmico e fornecimento de alimento e água nos momentos de espera ou descanso.

“Mais do que isso: Gaia não foi retirada do seu ambiente de vida, uma mata de mais de 5 mil metros quadrados. Ali, ela pode comer, nadar, correr e exercer seus comportamentos naturais”, conclui o Gshow.

Cena causou revolta

A cena que está dando o que falar mostrou Renato (Gabriel Santana) atirando contra a onça Marruá para salvar a vida do pai Tenório (Murilo Benício). O animal era querido pelo público de “Pantanal” e Renato passou a ser o personagem mais odiado pelos telespectadores por ter tirado a vida do felino.

Nas redes sociais, a sequência repercutiu. Confira:

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