Encontro Cultural Okinawano vai ‘estreitar fronteiras’ e fortalecer ancestralidade okinawana em Campo Grande
O Encontro Cultural Okinawano será gratuito e aberto a todas as idades. Evento é oportunidade perfeita para o fortalecimento da cultura
Nathália Rabelo –
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Entre os dias 1º e 6 de maio, a Associação Okinawana de Campo Grande promove o evento ‘Shimanchu nu Mōashibi’, mais conhecido como ‘Encontro Cultural Okinawano’. Realizado pela primeira vez na Capital, pesquisadoras e descendentes da etnia que moram no Brasil e exterior se reúnem num universo repleto de arte, pesquisa e cinema voltado à ancestralidade okinawana.
Patrícia Nogueira Aguena, 34 anos, é gestora de cultura do Marco (Museu de Arte Contemporânea de MS) e uma das organizadoras do encontro. Ao MidiaMAIS, ela contou que a ideia de promover o evento surgiu quando descobriu que a artista Hiromi (Andreia Hiromi Toma) viria a Campo Grande realizar sessões de hajichi — tatuagens tradicionais usadas nas mãos das mulheres de Ryukyuan, antigo reino onde hoje é Okinawa, no Japão.
“Ela em parceria com a rede de amigos, artistas e pesquisadores uchinanchus de São Paulo, EUA, Berlim e aqui em Campo Grande, decidiram transformar a vinda em um encontro cultural (Shimanchu nu Moashibi) para estreitar fronteiras, aproximar experiências, valorizar, rediscutir e redescobrir a arte, história de Okinawa e de seus imigrantes”, revela.
Programação
A estreia do Encontro Cultural Okinawano será no dia 1º de maio, domingo, a partir de 13h com exibição dos curtas-metragens “Flores de Bálsamo”, “Nas agulhas de costura da obá: Fragmentos e o trabalho do tempo” e “Uyafaafuji’s Refusal: An Ode To The Yanbaru”. A mediação após a exibição é por conta da pesquisadora Thaís Harumi Omine, de Berlim.
Ainda no mesmo dia, haverá mostra de arte com prints e serigrafias de 15 artistas. Também estão confirmados nomes de São Paulo e Mato Grosso do Sul, como Hiromi, Leonardo Eiki, Karen Yuri, Marina Mayumi, André Oshiro e Neide Ono (MS), além de exposição do livro Utaki do fotógrafo Ricardo Tokugawa (SP).
A artista Hiromi apresentará e realizará sessão ao vivo de Hajichi. Com entrada gratuita, o evento contará também com curso e rodas de conversas com a antropóloga Laís Miwa Higa nos dias 3 e 4 de maio, às 19h, com o tema ‘Como se conta e quem conta as histórias? Imigração japonesa e okinawana: percursos de investigação’.
Nos dias 2, 5 e 6 de maio, no mesmo horário, o debate será sobre preconceito e racismo contra amarelos, feminismo asiático, LGBTQIA+ asiátique, respectivamente.
“Espera-se a casa cheia de 1º a 6 maio por apreciadores e todos aqueles que desejam saber mais sobre a história de Okinawa e de seus imigrantes, sejam descendentes ou não”, revela Patrícia.
Encontro Cultural Okinawano
O Encontro Cultural Okinawano será gratuito e aberto a todas as idades. Para participar, é recomendado que os interessados façam uma inscrição por este link. Além disso, é necessário levar um quilo de alimento não perecível. A arrecadação será doada às comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.
Segundo a organização, esse evento é uma oportunidade perfeita para o fortalecimento da cultura dentro e fora da Associação.
“Vamos proporcionar vivências plásticas, críticas e interpretativas por meio da arte e da pesquisa das comunidades uchinanchus e discutir temas importantes como imigração, racismo e preconceito contra amarelos, LGBTQIA+ asiático”, conclui Patrícia.
História da comunidade okinawana na Capital
Segundo a Associação Okinawa de Campo Grande, tudo começou há 113 anos, em 1908 com a vinda do navio Kasato Maru, que continha 781 integrantes japoneses. Dentre eles, 325 oriundos da província de Okinawa. Cerca de 20% destes se radicaram em Campo Grande, a partir de 1914, quando a capital ainda pertencia ao estado de Mato Grosso, antes da emancipação de Mato Grosso do Sul.
Estima-se que atualmente dentre os descendentes de imigrantes japoneses em Campo Grande, cerca de 70% são descendentes de okinawanos, atribuindo à capital esta particularidade.
Os okinawanos, então, trouxeram manifestações culturais riquíssimas em termos de história e arte, como dança, música, gastronomia, idioma como o uchinaguchi, festividades, folclore e religiosidade de origem japonesa. Em Campo Grande, a cultura percorre o delicioso sobá, o karatê, instrumento musical sanshin e várias outras manifestações.
Conheça mais sobre a história da comunidade okinawana em Campo Grande neste link.
Serviço
- Encontro Cultural: Shimanchu nu Mōashibi;
- Data: 1º de maio às 13 horas (mostra artística, documentário e hajichi); 2 a 6 de maio às 19 horas (curso e roda de conversas);
- Público-alvo: comunidade asiática, público em geral e todos que tenham curiosidade sobre Okinawa;
- Local: Associação Okinawa de Campo Grande, Rua dos Barbosas, 110, Bairro Amambaí;
- Telefone para informações: (67) 9 9228-4640.
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