Descendente de quilombolas, Tati foi aprovada pelo IBGE e vai entrevistar a própria comunidade: ‘Fiquei feliz’
Formulário do Censo Demográfico 2022 começou a ser aplicado nesta terça-feira em comunidades quilombolas
Thalya Godoy, Graziela Rezende –
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“É muito bom conversar com gente que é da gente”, resumiu a aposentada, de 72 anos, Air Jerônima dos Santos, moradora da Comunidade Tia Eva. Ela respondeu o Censo Demográfico deste ano, aplicado por uma recenseadora que também reside no bairro. A descente de quilombolas Tatiane Martins Penha, de 39 anos, foi a responsável por aplicar, pela primeira vez, o questionário desta edição na comunidade, que traz perguntas específicas sobre estes povos tradicionais.
Tati, como é conhecida, trabalha como megarrista em um salão de beleza que tem com a irmã, na comunidade Tia Eva, na Rua Eva Maria de Jesus, nº 141, a principal do bairro. No local, atende fazendo penteados e tranças em moradores e pessoas de outras regiões de Campo Grande.
Quando viu o concurso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no entanto, resolveu se candidatar para “fazer algo diferente”, só que jamais imaginou que seria chamada para trabalhar na comunidade em que vive. Descendente de quilombolas, conta que ficou muito feliz com a notícia da convocação na semana passada, no dia 5 de setembro.
“O fato de eu ser daqui vai abrir as portas. Muitas pessoas ficam desconfiadas com golpes e isso é uma facilidade. Eu posso ir até mais tarde na casa das pessoas e tenho certeza que assim será mais fácil”, ela acredita.
Ela começou o trabalho como recenseadora na manhã desta terça-feira (13) e a primeira entrevistada foi a senhora Air. “Achei muito interessante ter ela como recenseadora porque ela sempre está por aqui”, contou a aposentada.
Segundo o presidente da ADTiaEva (Associação dos Descendentes da Tia Eva), Ronaldo Jefferson da Silva, é esperado que 150 famílias sejam entrevistadas, chegando a cerca de 500 pessoas. Sylvia Oliveira, gerente técnica do IBGE, relembra que o último censo na comunidade foi feito em 2010 e apontava 320 pessoas no local.
Nesta edição da maior pesquisa do país, foram realizadas setorizações para que possam ser obtidos dados específicos sobre as comunidades quilombolas pela primeira vez. Mato Grosso do Sul tem 22 comunidades quilombolas e na Capital são 3, localizadas na Chácara Buriti, São João Batista e na Tia Eva.
“Nós tivemos um dia de treinamento especial e procuramos sempre ter recenseadores que moram ou têm origem quilombola para facilitar a receptividade, pois são pessoas que já conhecem os costumes. Além das comunidades, nós também perguntamos se a pessoa se considera quilombola em áreas de interesse operacional, que são próximas a comunidades ou em locais que temos registros de descentes”, explica a gerente técnica do IBGE.
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