Cirurgião explica por que mandou fazer miniatura de Almir Sater

Leandro também tem quatro violas caipiras, incluindo uma idêntica à última que Almir Sater comprou

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Escultura de Almir Sater feita pelo artesão João Borba
Escultura de Almir Sater feita pelo artesão João Borba

A sala da casa do cirurgião Leandro Dutra Peres, de 43 anos, tem um item especial na decoração. Uma miniatura do cantor Almir Sater ajuda a preencher a rack embaixo da TV e chama atenção de quem observa. Mas Almir não está sozinho; em um banco de madeira, seu parceiro na música, Renato Teixeira, o acompanha lado a lado, também em miniatura.

As miniversões dos respeitados cantores são uma das várias formas que o cirurgião Leandro encontrou de expressar sua admiração. Ele nasceu em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, mas mora em Rondonópolis, Mato Grosso, há cinco anos. Em entrevista ao MidiaMAIS, o cirurgião revelou o que o levou a encomendar uma pequena escultura de Almir Sater e outra de Renato Teixeira.

Escultura na sala de Leandro (Foto: Arquivo Pessoal)
Escultura na sala de Leandro (Foto: Arquivo Pessoal)

“Tudo começou na minha adolescência, sempre tive uma identidade com a música regional, especialmente com a música caipira. O som da viola caipira sempre me despertou interesse. Quando ouvi pela primeira vez a música Luzeiro (instrumental de Almir) achei um som muito original, e foi através dessa canção que cheguei até o Almir Sater”, inicia contando.

A partir daí, Leandro conheceu todo o trabalho do cantor sul-mato-grossense e, por meio de Sater, chegou a outros grandes compositores brasileiros, como Renato Teixeira, Paulo Simões e Geraldo Roca, além dos antigos violeiros Roberto Corrêa, Paulo Freire, Tavinho Moura e Ivan Vilela. Resumindo, graças a Almir Sater, Leandro se tornou fã não só dele, mas da viola caipira e do bom e suave som dos artistas mencionados acima.

“O Almir também me fez olhar a música sertaneja com outros olhos e cantores e compositores que eu já conhecia passaram a ter mais valor, como Tião Carreiro, Bambico, Pena Branca e Xavantinho, Tonico e Tinoco, e outros. Mas meu interesse se consolidou mesmo quando comecei a tocar viola caipira e, posteriormente, aprendi a afinação preferida do mestre, Rio Abaixo, quando consegui executar suas músicas com mais originalidade”, relata o cirurgião.

Miniaturas em detalhes (Fotos: Arquivo Pessoal)
Miniaturas em detalhes (Fotos: Arquivo Pessoal)

São muitos os grandes nomes que conquistaram o ouvido e o coração de Leandro, mas uma dupla em especial o cativou de forma mais intensa. O fascínio e a admiração do cirurgião pelo trabalho de Almir Sater e Renato Teixeira o levou a encomendar do artesão João Borba uma miniatura de cada um deles. Ter essas figuras consigo e poder exibi-las é uma forma do cirurgião representar sua identidade musical e cultural.

“Como sigo no Instagram a [tag] ‘#almirsater’, um dia vi uma publicação do João Borba e foi assim que encomendei as miniaturas. Mas vêm outras por aí, ele já está trabalhando nelas”, comenta Leandro.

Um miniAlmir e um miniRenato na estante da sala são como funkos — pequenas estatuetas de vinil de figuras colecionáveis da cultura pop — para os nerds consumidores de filmes, seriados, etc. Só que o cirurgião foi mais clássico na escolha do material de seus “bonecos”, optando por esculturas artesanais feitas em biscuit, madeira e tecido, tradicionais como as músicas e o trabalho dos artistas homenageados, porque, sim, ter as miniaturas também é uma forma de homenageá-los.

Cirurgião Leandro Dutra e a escultura de Almir Sater: (Fotos: Arquivo Pessoal)
Cirurgião Leandro Dutra e a escultura de Almir Sater: (Fotos: Arquivo Pessoal)

“Mas, de todas as interpretações do Almir, as que ele fez em parceria com o Renato Teixeira são geniais. Uma das que prefiro é ‘Terra de Sonhos’, que o Renato escreveu sem nunca ter pisado no Pantanal, se baseando apenas no relato do Almir. E, pra mim, é a música que mais descreve o Pantanal”, revela, até mencionando a canção:

“A garça agora voou se foi
Que parecia um planador
E num corixo eu lavei meus pés
De camalote navegador
Quando o fundão do mato se amorenou
Então se ouviu o canto do zabelê
E tudo tem a ver com o pôr-do-sol
Que é quando se estende a rede em dois pé-de-pau
E a noite vem pelo Pantanal (…)”

Leandro afirma gostar muito de outras como “No Rastro da Lua Cheia”, “Maneira Simples” e até a mais conhecida por todos: “Tocando em Frente”. “Recentemente, a parceria entre Almir e Renato rendeu dois álbuns “AR” e “+AR”, ambos ganhadores do prêmio Grammy Latino de Música nos Estados Unidos como Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”, destaca o fã, enaltecendo a obra dos artistas.

Além das miniaturas, o cirurgião também tem quatro violas caipiras (de 10 cordas) e mandou fazer uma idêntica à última que Almir Sater comprou do luthier Hugo Arantes, também com uma personalização própria em menção ao mestre.

“Esse ‘A S’ aí no braço da viola, o Hugo Arantes colocou ao meu pedido. ‘A S’ = Almir Sater”, revela Leandro. Confira:

Viola de Leandro idêntica à de Almir Sater, com gravação de sigla especial (Fotos: Arquivo Pessoal)
Viola de Leandro idêntica à de Almir Sater, com gravação de sigla especial (Fotos: Arquivo Pessoal)

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