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Chamada de ‘minha menina’, cuidadora lembra últimos momentos de Delinha e surpresa para o filho

Ao pedir para ir até a sala, Delinha fez surpresa ao dizer à Celina que iria andando e não na cadeira de rodas
Graziela Rezende, Danielle Errobidarte -
Celina era uma das cuidadoras de Delinha. (Foto: Marcos Ermínio - Jornal Midiamax)

Há oito meses, quando fez a entrevista para trabalhar como cuidadora de idosos, Celina Simonete, de 46 anos, não imaginava que seria para acompanhar a Dama do Rasqueado em seus últimos meses de vida. Devota de Nossa Senhora e católica rigorosa, faleceu no dia em que é comemorado Corpus Christi, na madrugada desta quinta-feira (16). Apelidada por Delinha como “minha menina”, Celina participou da última surpresa feita por Delinha para o filho João Paulo: caminhar da sala para o quarto.  

Celina começou a fazer parte da rotina de Delinha em novembro do ano passado, quando ela teve a primeira queda. “Nunca passou pela minha cabeça que eu seria uma das cuidadoras da Delinha. Ela é uma mulher que demonstrou muita força, superação a todo momento, ela não desistia fácil, era uma guerreira e tinha vontade de viver”, lembra Celina.

Celina recorda que no último sábado (11) Delinha acordou melhor, mas ainda estava debilitada. Ela pediu para ir do quarto até a sala e, ao preparar a cadeira de rodas, teve uma surpresa. “Ele me disse ‘não, a gente vai andando’, e nesse momento ela fez uma surpresa para o filho ao chegar andando na sala”.

Delinha não quis usar cadeira de rodas e foi até a sala andando, para surpresa do filho. (Foto: Marcos Ermínio – Jornal Midiamax)

Devota fervorosa, Delinha rezava terço todas às quartas-feiras 4h30 e pedia para assistir a missa na televisão. Após ter conseguido dar poucos passos até a sala, ela ainda disse para Celina “Nossa Senhora vai me curar”. A cuidadora, por sua vez, respondeu “eu te admiro muito pela sua força”, e ouviu “eu te agradeço muito, minha menina”. Celina não conteve as lágrimas e lembrou da infância, quando ouvia o pai cantar as músicas, para a mãe, da antiga dupla com Délio.

Últimos momentos

Celina lembra que na madrugada desta quinta-feira (16), por volta das 2h, foi até a cama de Delinha e viu que ela estava respirando. Ela perguntou se estava bem e mexeu as mãos, em seguida, junto a outra cuidadora, tiraram um cochilo. Às 6h, quando acordaram, viram que Delinha já havia falecido, e então correram para chamar o filho, que acionou o SOS da Unimed. A morte foi constatada às 6h10.

A despedida da cantora será das 11h às 16h desta quinta-feira (16), na Câmara Municipal de Campo Grande. Além de familiares, fãs, amigos e toda a população poderão acompanhar o velório. Já o sepultamento está marcado para as 17 horas, também desta quinta-feira, no Cemitério da Paz (BR-060, km 02, saída para Sidrolândia).

Delanira Pereira Gonçalves

Conhecida como Delinha ou Dama do Rasqueado, Delanira Pereira Gonçalves nasceu em Vista Alegre — distrito do município de Maracaju, às 4h do dia 7 de setembro de 1936, uma segunda-feira. Em sua casa, moravam os pais, os avôs maternos e alguns tios.

Delinha viveu ali até os 4 anos de idade e já cantava marchinhas como “oh, jardineira porque estás tão triste”, mesmo não conseguindo pronunciar todas as sílabas corretamente.

Em Campo Grande, o pai da cantora construiu uma casa no bairro Imbirussu, no encontro da “Rua de Baixo”, com a “Rua de Cima”, que depois se tornaram, respectivamente, Avenida e a Tiradentes.

Nessa época, a cantora já estava noiva do primo Zézinho, que logo se tornaria o Délio, e com ela formaria uma dupla icônica para a música sul-mato-grossense. Foi com o noivo que aprendeu as primeiras notas musicais, permitindo que acompanhasse as canções tocando o seu violão.

Depois disso, tudo é história. Délio e Delinha, conhecidos como o “casal de Mato Grosso” gravaram 14 discos 78 RPM mais 19 LPs e mais 4 CDs. Délio morreu em 8 de fevereiro de 2010, em Campo Grande, MS, vítima de câncer de pulmão.

Recentemente, a Dama do Rasqueado foi homenageada na novela “Pantanal”, da TV e no tradicional Arraial de Santo Antônio, em Campo Grande, apenas 6 dias antes de seu falecimento.

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