Nascida a partir de uma declaração polêmica sobre a cidade de Dourados dada pelo economista Eduardo Moreira em entrevista à Leda Nagle, uma vaquinha solidária para indígenas explodiu e fez sucesso, atingindo mais de 500 mil reais em uma semana.

Durante a entrevista, Eduardo disse que em Dourados existem pessoas que reviram lixo, passam e sofrem ameaças. Alguns cidadãos douradenses e políticos locais entenderam que o economista estava difamando a cidade.

“Na verdade ele estava denunciando as violações de , uma vez que ele passou a sofrer ameaças de morte e políticos fizeram moção de repúdio a uma fala em que ele só quis dar visibilidade a uma violação de direitos”, defende o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Tiago Botelho.

Live iniciou a arrecadação (Reprodução)

Sensibilizado com os ataques sofridos por Eduardo e ciente da realidade da cidade mencionada pelo economista, Tiago então entrou em contato com ele. A partir da comunicação, os dois decidiram abrir uma live e iniciar uma arrecadação por meio de vaquinha online, buscando um valor simbólico destinado aos indígenas da região. “A gente não tinha noção do quanto poderia se arrecadar. Em uma semana se arrecadou meio milhão de reais”, diz Tiago ao Jornal Midiamax.

Ele, que também é coordenador do curso de Direito da UFGD, afirma que ninguém esperava tudo isso em tão pouco tempo. “A arrecadação se dá em função da fome, mas a intenção agora é pensar além da fome com esse valor. São dois focos: um emergencial para viabilizar cestas básicas e outro para pensar ações mais estruturantes. Eles não querem só cesta, eles querem ter condições de plantar seu próprio alimento”, garante o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

Valor arrecadado é surpreendente (Reprodução)

Recado

Segundo Tiago, o sucesso da vaquinha mostra para Mato Grosso do Sul, Dourados e o Brasil que as pessoas estão descontentes com a forma que os governantes estão tratando os povos indígenas. “É um recado para o Estado. Tem que investir mais, valorizar mais e fazer valer os direitos dessa população”, finaliza.

Folder agradecendo as doações (Divulgação)