Mato Grosso do Sul está novamente despontando os trabalhos cinematográficos mundo a fora. Dessa vez, o filme “Leão do Mar” ganhou o prêmio de Melhor Filme de Arte pelo London International Monthly Film Festival (Festival Internacional de Mensal de ). Produzido pelo Ladrak (Laboratório de Dramaturgia e Kinopoéticas) de Dourados, o filme retrata os personagens de Antônio Conselheiro e a Padilha na caminhada no sertão de Canudos.

De acordo com os diretores do filme, Raquel Fernandes Canário e Iulik Lomba de Farias, obra foi filmada em Canudos, na Bahia, mas editado, montado e finalizado em Dourados, que acabou recebendo o prêmio de Melhor Filme de Arte do festival de Londres no dia 5 de julho.

Mas não para por aí, uma vez que “Leão do Mar” também recebeu uma Menção Honrosa em Atenas, no dia 11 de junho, e foi já exibido em outros festivais importantes do Brasil, Estados Unidos, e Portugal.

Sobre Leão do Mar

“Leão do Mar” aborda os últimos devaneios de Antônio Conselheiro no fim da Guerra de Canudos. A Padilha que lhe acompanha e o cenário desvelado pela seca. O filme não se trata de uma representação histórica, mas de uma experimentação poética repleta de presságios e ápices fantasmagóricos. Consiste em uma performance deflagrada entre os personagens de Antônio Conselheiro e a Padilha que o acompanha em sua caminhada no sertão de Canudos.

O curta revisita a guerra simbólica que o beato trava com a figura feminina em diferentes momentos de sua vida, desde os tempos de juventude, até sua peregrinação messiânica, em uma montagem de sucessivas rupturas narrativas, que destituem a noção de tempo ‘'presente”.

A mulher personifica em suas vestes vermelhas a paixão, a loucura e a própria morte que através do improviso e potência dramática empenhados pelos atores, constroem as partituras corporais e o ritmo de cada sequência. Na verdade, as diretrizes de texto e atuação são apenas dispositivos em função dos quais os personagens interagem com o espaço filmado.

Rodado ao longo da seca que assolou o sertão baiano entre 2011 e 2013, as ruínas remanescentes da Guerra de Canudos submersas nas águas do Açude Cocorobó, construído pela ditadura militar na década de 1960, reaparecem como cenários e personagens na trama.

Cemitérios e igrejas, lápides e trincheiras, desvelados pela diminuição do volume de água, fazem com que as imersões da equipe por Canudos também se transformem em uma documentação ficcionalizada do sítio arqueológico, submergido intencionalmente pelos militares.

Ficha Técnica

  • Direção – Raquel Fernandes Canário e Iulik Lomba de Farias
  • Atuação e Texto – Raquel Fernandes Canário e Iulik Lomba de Farias
  • Produção Executiva – Juliana Lemos
  • Direção de Fotografia – Pedro Félix
  • Câmeras – Pedro Félix e Raquel Fernandes Canário
  • Som Direto – Adriano Rayol
  • Edição e Montagem – Iulik Lomba de Farias
  • Montadores Assistentes – Éthel Oliveira e Gilmar Galache
  • Arte e Figurino – Raquel Fernandes Canário e Iulik Lomba de Farias
  • Produtores Associados – Adriano Rayol e Pedro Félix
  • Assistentes de Produção – Poeta José Américo, Demétrius Abreu e Dão de Gobira.

Você pode assistir ao teaser do filme Leão de Mar através desse link.