Indignado com vandalismo, escultor de Manoel de Barros diz que pé foi arrancado por ‘força sobre-humana’

Artista visitou escultura ontem e iniciou plano de restauração; obra vai contar com monitoramento a partir de agora

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O artista plástico Ique Woitschach fez uma vistoria na terça-feira (8) à estátua do poeta Manoel de Barros, produzida por ele, localizada entre o cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Rui Barbosa, em Campo Grande. Visita marcou o início do plano de restauração após o pé da escultura ter sido arrancado. Indignado com as ações das pessoas, Ique conversou com o Midiamax nesta quarta (9) para falar os próximos passos da escultura. Ele ainda disse que vandalismo foi feito por força ‘sobre-humana’.

Após analisar de perto, Ique notou que não havia sinais de que obra havia sido serrada. Portanto, ele suspeita que pé foi arrancado à força por uma corrente presa em um carro ou caminhão. Ele também acredita que a intenção era arrancar toda a escultura do lugar, mas apenas o pé saiu na ocasião.

“O pé foi rompido porque alguma força muito contundente, foi arrancado na marra. Talvez alguém tivesse amarrado uma corrente no pé com a intenção de arrancar tudo, e amarrou no carro ou num caminhão, e arrancou um pé. No lugar não tem solda e não foi cortada”, comenta o artista plástico.

A estátua, em tamanho real, foi inaugurada em dezembro de 2017. Desde então, tornou-se um marco da região central, com pedestres e turistas se sentando “ao lado de Manoel” para registrar em fotos a homenagem ao poeta. Contudo, na manhã de 19 de abril, a população foi surpreendida com o ato de vandalismo. Feita em bronze, escultura teve um dos pés arrancados.

Plano de restauração

Ique visitou a obra ontem para dar início ao plano de restauração. Ele disse que avaliou outros pontos de vandalismo e que a peça está bem machucada, principalmente na região da face e dos óculos. Assim, obra será totalmente revitalizada. O pé arrancado será modelado, fundido e recolocado novamente.

Após o vandalismo, o ‘Quintal de Manoel de Barros’, espaço onde escultura fica localizada, também passará por restauração de piso, paisagismo, iluminação e câmeras de monitoramento 24h por dia.

“Vai ter um plano de proteção da obra para que a figura pública do Manoel de Barros e tudo que ele representa seja cuidada com o valor que ele merece, com a cultura que o Estado merece. Ele está vivo ali, ele representa ele mesmo, ele representa essa poesia”, comentou Ique.

 

Conteúdos relacionados

réptil exclusivo do pantanal incendios extinção