O assunto “aumento peniano” nunca foi tão comentado como agora. A polêmica começou após o cantor sertanejo Tiago divulgar à mídia que faria uma cirurgia para turbinar o tamanho de seu órgão genital.
Aos 37 anos, o cantor afirmou que a intervenção foi realizada somente para fins estéticos e descartou problemas em sua vida sexual. Ele tinha um relacionamento com a cantora Tania Mara quando tornou a cirurgia pública, e revelou que ela não curtiu a ideia da operação no pênis.
“Ela me deu muita dor de cabeça. Foi a única pessoa que quase me fez desistir, mas aí eu expliquei para ela tudo o que diz respeito às minhas particularidades, e da minha busca sempre pela melhora da qualidade de vida. Foi uma barra muito grande“, disse Tiago.
Pouco depois dele ter feito a cirurgia, Tania deu um fim ao relacionamento dos dois e agora Tiago segue solteiro, com a faloplastia realizada com sucesso.

Mas o que é faloplastia?
A cirurgia de aumento peniano, conhecida também como Faloplastia, Penoplastia ou Peneplastia, consiste em uma associação de técnicas de cirurgia plástica. Nada mais é do que um procedimento que busca melhorar a aparência do pênis, de acordo com a vontade do paciente que se submete à operação.
“É realizada uma lipoaspiração em região pubiana, com coleta de tecido gorduroso, liberação do ligamento suspensor do pênis e enxerto de gordura ao redor do corpo peniano. Tem como resultado o alongamento do pênis, tanto no estado flácido quanto ereto”, explica o cirurgião plástico Cláudio Eduardo, o mesmo que operou o sertanejo Tiago.

De acordo com Dr. Cláudio, com internação em hospital de alto padrão, a cirurgia tem duração em torno de duas a três horas, com anestesia raqui ou peridural com sedação ou, então, anestesia geral, sendo a alta hospitalar no mesmo dia.
Altera o funcionamento do pênis?
“O aumento do pênis poderá ser entre 2 a 5 centímetros de comprimento, além do engrossamento do mesmo. A cirurgia não altera a potência sexual, função, sensibilidade ou o tempo ejaculatório; somente a parte estética. A idade mínima para se submeter ao procedimento é de 18 anos”, esclarece o doutor.
Poderá haver necessidade de uma nova cirurgia a partir de quatro meses após a primeira, para uma nova sessão de lipoenxertia (engrossamento), pois um percentual desta gordura será absorvido. “Cada caso é estudado de uma forma individualizada para obtenção do melhor resultado possível”, afirma o especialista.

Métodos
O método detalhado acima foi o mesmo a que Tiago se submeteu e é o procedimento que o doutor Cláudio Eduardo aplica em seus pacientes, mas não é a única forma de faloplastia, ou aumento peniano, existente.
O urologista e sexólogo Danilo Galante Moreno, do Hospital São Luiz Itaim, explica que outro tipo de faloplastia consiste em cortar um ligamento que conecta o pênis ao púbis, mantendo o órgão para cima quando está ereto.
Doutor Danilo ressalta que, neste caso, uma complicação imediata de cortar o pênis é que ele cai. “Ele fica duro, mas você perde essa capacidade de manter ele ‘olhando’ para cima quando está com ereção”, pontua.
A opção para aumentar o diâmetro do pênis com injeção de gordura no órgão, retirada do próprio paciente, também não é bem vista pelo especialista. “O que a gente sabe é que 70% dessa gordura são reabsorvidas pelo [corpo] em alguns meses e ele perde o resultado”, diz ele, sobre o método feito em Tiago.

Urologia não aprova
Outras alternativas são as substâncias sintéticas, como o ácido hialurônico muito utilizado para aumentar lábios e o PMMA (polimetilmetacrilato). “Esse é problemático porque não é fácil modelar o pênis com ele. Tem [risco de] rejeição, infecção e, se o paciente não gostar do resultado cirúrgico, tirar isso é quase impossível”, conta.
A faloplastia, segundo Danilo, é considerada experimental e sem evidências científicas pela Sociedade Brasileira de Urologia e pela Sociedade Americana de Urologia.
Em contato com alguns urologistas de Campo Grande, o Jornal Midiamax apurou que as técnicas para aumento de pênis não são muito bem aprovadas pelos profissionais da Capital, que se limitaram a dizer que não realizam o procedimento, sendo este de caráter estético e segmentado à cirurgia plástica.