Desde que chegou a Mato Grosso do Sul, a comediante alemã Lea Maria Jahn está fazendo sucesso com agenda de shows em Campo Grande. Com humor característico e comentários engraçados sobre as suas percepções da Cidade Morena, o que poucas pessoas sabem, na verdade, é que uma das suas apresentações já foi investigada pelo Ministério Público de São Paulo por suposto conteúdo racista e nazista.

A apuração foi divulgada em junho de 2020 e tinha como alvo um show que aconteceu em maio do mesmo ano, em uma casa de shows especializada em Stand-Ups de São Paulo. De acordo com o Ministério Público, o show da artista Lea Maria Jahn promoveu conteúdo racista (antissemita) e de inspiração nazista.

No documento, o MP disse:

Tem-se, portanto, a existência de um vídeo, de grande circulação, que faz sátira com o extermínio de judeus; e a informação de que sua produção e divulgação deu-se num show realizado num espaço comercial privado, aberto ao público, que desta forma contribuiu para a disseminação da propaganda antissemita e nazista. O conteúdo nazista e antissemita é inquestionável, seja pela invocação da simbologia nazista, seja pelo teor da suposta piada, que poderia sugerir alguma sutileza na abordagem do holocausto, mas que se desnuda de modo escancarado quando mentalmente se indaga: por que um judeu fugiria de seu amigo alemão?”.

O show foi gravado e publicado no Youtube, que gerou milhares de visualizações e repercutiu no meio judaico internacional. O próprio Ministério Público pediu que o Youtube retirasse o vídeo de circulação e instaurou o inquérito civil por meio da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos.

De acordo com o G1 de São Paulo, o caso foi arquivado pelo MP. Na época, a comediante deu um posicionamento ao portal de notícias alegando que o vídeo falava sobre “os estereótipos do povo alemão, como ser antissocial, frio e preconceituoso”. E, ainda segundo ela, o vídeo publicado estava descontextualizado.

“Uma pessoa má-intencionada cortou uma dessas piadas, descontextualizando o que eu havia falado, dando a entender que não era piada e sim um discurso antissemita, causando um efeito contrário do proposto, reforçando tal estereótipo”, disse Lea ao G1 na época, citando ter uma “cicatriz on-line gerada por essa mentira”.

O Jornal Midiamax entrou em contato com a equipe de Lea Maria Jahn. Em nota, foi afirmado que trata-se de um caso antigo e que o Ministério Público de São Paulo não levou adiante. Segundo a assessoria da comediante, alguém cortou um trecho de uma piada e compartilhou nas redes sociais dando a entender que era um “discurso ao invés de um show de humor.” 

“O fato levou alguém que acreditou nisso a fazer uma denúncia anônima ao MP, que chamou a Lea pra entender o acontecido. Desfeita a confusão, em Fevereiro deste ano o MP lançou um documento afirmando que o ocorrido era não procedente”, informou a nota.

 

Lea Maria Jahn em Campo Grande 

Com agenda de shows lotada, Lea está aproveitando a estadia em Campo Grande para conhecer mais sobre a cidade. Aqui, ela já visitou o famoso sobá gigante da Feira Central e apelidou a escultura de “miojo grande”. Também comparou o Aquário do Pantanal com uma “bola de futebol americano”. E o trem da Esplanada rendeu questionamento: “Por que está empinando?”. No TikTok ela acumula mais de 1,5 milhão de seguidores e no Instagram tem 749 mil.

 
 
 
 
 
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