Aguardar semanas por um novo episódio de série ou esperar por ‘um século’ até aquele filme estar disponível para alugar em lojas virtuais ficou no passado, pois a era dos streamings chegou para ficar.
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Com uma variedade de plataformas, assinar uma conta nas mais populares pode chegar a R$ 165 e, para deixar a mensalidade mais barata, a vaquinha, por meio das contas compartilhadas, virou moda em Campo Grande.
Para se ter ideia, o investimento mensal para ter acesso aos streamings mais famosos no país — Netflix, Prime Video, Globoplay, Disney Plus e HBO Max — fica entre R$ 103 e 165, variando conforme o pacote de assinatura escolhido.
O jeito de driblar os valores e ter acesso a todos os catálogos é por meio do ‘jeitinho brasileiro’, na coletividade. Para amenizar o impacto no bolso, Natália Ortega divide os principais streamings com os amigos e, como benefício, tem acesso aos conteúdos ‘a rodo’ das plataformas.
“O primeiro que tive acesso foi a Netflix. Tinha assinado sozinha, era mais barato no começo. Aí vieram os primeiros reajustes e decidi dividir com uma amiga para pagar metade. Depois começaram a surgir esses outros streamings, mais caros e várias coisas legais disponíveis. Pensei: ‘agora vou ter que dar um jeito, porque não dá para pagar tudo sozinha’. Foi o jeito”, disse.
Natália tem acesso à Netflix, Prime Video, HBO Maz, Disney+, Globoplay, Star+ e Paramont. Uffa! Tudo isso, ela conta que, se pagasse sozinha, ficaria em torno de R$ 200. Mas como faz o ‘esquema’ compartilhado nos valores, paga R$ 70 em tudo.
“Vale muito a pena, porque eu tenho acesso a vários conteúdos novos, lançamentos que saem do cinema e até filmes que estão simultâneos em cartaz. É o famoso jeitinho brasileiro, né?”, pontuou a estudante.
Se a estudante tem vários streamings coletivos, o profissional de educação física, Felipe de Sá, compartilha 15 streamings. Isso mesmo, quinze. Entre plataformas de filmes, séries e de esportes. Ele explica que o valor da mensalidade do ‘combão’ gira em torno de R$ 150 e se fosse pagar individualmente não sairia por menos de R$ 300.
“As contas estão divididas entre amigos, familiares e até a ex entra nessa. A divisão ocorre em virtude do preço ser um pouco elevado, saindo mais em conta pra todos que participam da divisão. E já que o streaming permite a gente usar duas, três, quatro e até cinco telas, então, vamos aproveitar”, brincou.
Mas conta compartilhada pode?
O compartilhamento das contas não é totalmente proibido, mas algumas plataformas têm testado ferramentas para rastrear o IP de acesso dos usuários, dificultando, por exemplo, que pessoas que moram em casas diferentes acessem uma mesma conta de assinatura.
Plataformas de streaming de música, por exemplo, como o Spotify, têm o pacote ‘família’ para cinco perfis e apenas pessoas que confirmarem morarem no mesmo endereço do titular da conta podem acessar.
Nos Estados Unidos, a Netflix já exibe um aviso quando o acesso é feito de uma casa diferente do dono da conta. Por enquanto, o alerta é passível de ser ignorado, mas é possível que em um futuro breve as empresas adotem métodos para evitar o compartilhamento. Não há informações se a empresa vai adotar o método no Brasil, segundo o portal Metrópoles.
Apesar das vaquinhas para dividir as contas ameaçarem os lucros das empresas, nem todas estão dispostas a entrar em conflito com os usuários. O perfil da HBO chegou a responder uma dúvida de influenciadora no Twitter, que perguntava sobre o compartilhamento de contas.

A Disney também já deu a entender que está disposta a tolerar certa quantidade de compartilhamento de contas. A empresa diz que espera e acredita no bom senso de seus assinantes, que vão compartilhar a sua conta apenas com a sua família ou membros da sua residência. Apesar disso, segundo o Guia do Usuário, “o serviço possui mecanismos capazes de detectar comportamentos inadequados que, se interpretados como fraude, podem resultar em suspensão ou cancelamento da conta”.
O Prime Video agora suporta até seis perfis em uma mesma conta de usuário, sendo o principal e mais cinco, cada um com histórico de visualização diferente e acesso a conteúdos diferenciados. Já o Globoplay, permite o compartilhamento da assinatura apenas para usuários residentes na mesma casa. No serviço da emissora carioca, cada convidado tem a sua própria senha e e-mail para acesso.