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MidiaMAIS

Dia do amigo: o depoimento de quem decidiu se afastar por não compactuar com amizades que aglomeraram

Relações de amigos foram remodeladas e ressignificadas pela pandemia
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Praticamente todas as relações humanas sofreram algum tipo de impacto e foram afetadas pela pandemia do coronavírus. Neste 20 de julho, dia do amigo no Brasil, o MidiaMAIS apresenta um panorama das amizades estremecidas e depoimentos de quem precisou se afastar por questão de consciência.

O isolamento provocado pela crise, sozinho, já distanciou amigos, mas outros fatores comportamentais também separaram ou colocaram fim em grandes parcerias.

Houve quem conseguiu dimensionar melhor quem são os “de verdade”, que se fizeram presentes de alguma forma, mesmo com o impedimento do contato físico. Houve também quem se afastou por não tolerar aglomerações e ver pessoas queridas descumprindo com frequência e agindo com descaso às regras de biossegurança.

“Sigo nutrindo carinho”

“Sempre fui muito sociável, mas quando a pandemia surgiu, e todo mundo se recolheu, comecei a observar que alguns amigos não entendiam a gravidade do que estava acontecendo. Eu abria o e eles estavam fazendo karaokê na casa de um, na casa de outro”, conta um morador de que prefere não se identificar para não dar nomes aos bois e nem expôr as pessoas.

Gente cara de pau ainda postava as “sociais” na internet, sem nenhuma vergonha na cara (Foto: Fala Povo)

Ao MidiaMAIS, ele disse que alertou os amigos por quem tinha apreço. “O que aconteceu é que as ‘sociais’ seguiram acontecendo e eles postavam, mas eu não via porque não estava mais no filtro de amigos próximos. Não sei se não entenderam que a gente devia se isolar ou se ignoraram os riscos”, relata.

“Sigo nutrindo carinho, mas eu me decepcionei. Esses amigos ganharam outro espaço na minha vida, porque eu vi que a gente não compartilha das mesmas preocupações. Não os vejo com os mesmos olhos”, lamenta.

“Eu os amo, mas não posso conversar com vocês”

Outra moradora da Capital sul-mato-grossense teve experiências parecidas. Ela também pediu sigilo sobre sua identidade para evitar “b.os”, mas topou relatar seu imbróglio. “Nunca fui muito de sair, nem de muitos amigos. Conto no dedo da mão. Mas até esse dedo da mão se esvaziou. Minha melhor amiga, com quem eu mais conversava sempre, todos os dias, não parava de aglomerar, sair, viajar… eu ficava tão irritada. Não consegui mais responder ela, me sentia compactuando com isso”, disse.

Decepção foi forte ao ver amigos em festas, dando uma banana às mortes por Covid (Foto: Fala Povo)

A distância sempre aconteceu, pois era uma amizade virtual de 9 anos, cheia de carinho e cumplicidade. Conversas diárias e participação ativa uma na vida outra estabeleceram essa relação. Entretanto, ao ver a amiga desrespeitando as normas e dando uma banana para a pandemia, saindo todos os dias, várias festas e “sociais” em geral, a campo-grandense resolveu se afastar sem falar nada.

“Só publiquei um texto no explicando que não conseguia mais falar com essas pessoas que eu amava. Eu disse que as amava muito, mas não conseguia mais conversar, nem responder, porque me sentia conivente com as atitudes erradas delas. Nem deu efeito e ela continuou mandando mensagem, não sei se se fez de boba ou se realmente não se tocou”, relata a jovem, de 23 anos.

A questão é: como essas relações vão ficar quando tudo isso passar? (Foto: Reprodução, Internet)

 

Delicado

As relações de amizade foram remodeladas pelo cenário da pandemia. O coronavírus destruiu laços e corrompeu a imagem de pessoas amadas. Mais que o isolamento e o distanciamento social, questões morais e de princípios segregaram e criaram uma nova perspectiva do aceitável no contexto dessas relações.

20 de julho é dia do amigo, quando muita gente recebe e envia mensagens para expressar o carinho, o respeito, a parceria e admiração. Olhar para alguns nomes na agenda e sentir receio de escrever algo, certamente deve ser o sentimento de muitos.

“Com certeza. Ela me mandou, mas não sei nem o que devo responder. Estou chateada, magoada… como posso conversar normalmente com alguém que faz o que ela fez e ainda faz? Como se ela não tivesse fazendo nada de errado? Não sou juíza, não quero e nem posso julgar, mas tenho o poder de escolher o que aceito na minha vida vindo do outro, e isso pra mim não dá”, diz a campo-grandense ao Jornal Midiamax.

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