1º grupo indígena de rap do Brasil, Brô MC’s conquista 10 mil seguidores

Das aldeias Jaguapirú e Bororó, que ficam na cidade de Dourados, eles misturam português e guarani para falar de seu cotidiano e já fazem parceria com Alok

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Você já ouviu falar no grupo musical Brô MC’s? Se ainda não, então está na hora de conhecer. Diretamente de Dourados, uma das principais cidades de Mato Grosso do Sul, é a primeira banda de rap indígena do Brasil. Formado por quatro amigos indígenas que tinham o sonho de falar sobre o cotidiano de cada um, foi na música que eles encontraram a voz para conversar com todo o país. E na segunda-feira (12), comemoraram os 12 anos da banda da melhor forma possível: alcançando os tão sonhados 10 mil seguidores nas redes sociais.

Cada vez mais suas composições estão ficando conhecidas. Para você, leitor, ter uma ideia, o perfil oficial do Brô MC’s lançou uma campanha ontem para conquistar 10 mil seguidores e ter acesso a facilidades oferecidas pelo Instagram. Hoje (13), eles já ultrapassaram esse número e contam com 10,1 mil followers.

 
 
 
 
 
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E não para por aí, ontem mesmo eles mostrara os batidores de uma parceria musical com ninguém menos do que o Alok, um dos principais DJs da atualidade no mundo.

 
 
 
 
 
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“Somos o primeiro grupo de rap indígena do Brasil. Nossa luta é usada nas nossas rimas, flechas lançadas com originalidade e coragem”, disseram. Os cantores ainda ressaltam que eles têm a missão de informar através da arte e, claro, com muita música boa.

Onde tudo começou

Bruno Veron, Clemersom Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto são quatro jovens indígenas das etnias Kaiowá e Guarani das Aldeias Jaguapiru e Bororó, localizadas na cidade de Dourados, região oeste de MS.

Eles iniciaram a carreira em 2009 ignorando preconceitos e objeções para serem reconhecidos no espaço do rap brasileiro, mas isso não impediu que eles cantassem sobre o cotidiano e a vida nas aldeias. Foi essa abordagem, inclusive, que deu ao grupo maior repercussão. As letras falam sobre a luta pela terra, a questão da identidade indígena, problemas como o consumo de álcool e drogas e também altos índices de suicídio na aldeia.

“Minha fala é forte e está comigo / Falo a verdade, não quero ser que nem você / Canto vários temas e isso que venho mostrando / Voz indígena é a voz de agora”, diz a tradução da letra de “Koangagua”, cantada em guarani. Os vídeos, inclusive, têm legenda para o público entender o significado das canções.

Bruno Veron, um dos integrantes do grupo, conversou com o Midiamax em 2018. Na época, ele disse que começou a cantar escondido. “Quando eles [lideranças indígenas] viram que as letras falavam da nossa realidade, eles nos apoiaram. Agora até crianças e jovens nos apoiam”, relata o músico.

Com passagens pelo Festival de Berlim com a música “Terra Vermelha” na curta-metragem “E Busca da Terra Sem Males”, e também na série “Guateka”, o Brô MC’s está conquistando cada vez mais público ao redor do Brasil e levando a realidade indígena a mais espaços através da arte.

 

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