O cheiro do livro novo, as estantes lotadas de obras… O Dia Nacional do Livro, celebrado nesta quinta-feira (29), fez com que muitos campo-grandenses resgatassem as mais deliciosas memórias infantis. Entre as lojas tradicionais da estava a famosa Livraria Trouy, local resgatado nas lembranças de quem foi criança nos anos 70.

Muitas famílias, na época, compravam no estabelecimento todos os livros e cadernos para os filhos. O hábito foi passando de pai para filho e a livraria acabou se tornando um local especial. “Quando cresci era ali que comprava meus livros de aventuras, Monteiro Lobato e etc. Adorava o cheiro e a cuidadosa e fresca penumbra que lá havia”, conta o morador de Arthur Marcondes Dias.

Entre muitos relatos nostálgicos que rondam a mágica que envolve as antigas livrarias da Cidade Morena, Vera Dias garante que se lembra da Trouy como se fosse uma espécie de “biblioteca inglesa” com estantes de madeira. “Meu pai comprava lá e era uma alegria acompanhá-lo”.

Edson C Contar publicou na Revista A Gente, em 2011, sobre os encantos de uma época em que tudo era natural e romântico. O jornalista e escritor explicou que, dentre muitos lugares, era também na porta da Livraria Ruy Barbosa que aconteciam as reuniões diárias dos profissionais liberais, políticos, esportistas e intelectuais de Campo Grande. Reduto este de grandes discussões que, praticamente, definiam o comportamento da cidade.

A livraria fechou e, atualmente, o local abriga uma loja de artigos infantis. Em um tempo onde a tecnologia não fazia parte da rotina dos pequenos, eram nas livrarias que crianças e adultos podiam entrar em qualquer mundo e participar de qualquer história. Em abril, de 2012, morreu a professora doutora Maria Elisa Trouy de Gales, filha do fundador da Livraria que levou o mesmo sobrenome da família. A professora aposentada da UFMS ( Federal de ) deixou 2 filhas, Marília de Gales Maiolino e Lúcia de Gales.