A chegada de um bebê é um momento de alegria para toda a família. Com o passar do tempo, os pais podem perceber que a criança não apresenta comportamentos que normalmente são esperados por essa fase da vida. No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado nesta quinta-feira (2), é importante desmistificar o transtorno a fim de ampliar o conhecimento e romper os preconceitos contra autistas Mesmo bem pequeno, é possível, por exemplo, notar alguns sintomas de que se trata do TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Ao contrário do que muita gente pensa, o autismo pode ser detectado logo nos primeiros meses da criança até os dois anos. Mesmo com pouca idade, já é possível avaliar com segurança vários aspectos de sua percepção social. Por exemplo, um dos indícios do autismo em crianças são ausência ou pequeno contato visual e pouca resposta ao chamado do cuidador.
Segundo a pediatra e neurologista infantil Clay Brites, nota-se a preferência da criança por querer permanecer no berço com pouco interesse social ou até mesmo nenhum, não balbucia até os seis meses de vida. Pode-se observar ainda a perda ou regressão da fala ou dos gestos sociais que fazia, atraso na aquisição da linguagem verbal e não verbal, movimentos repetitivos, hiperfoco nas mãos das pessoas, e não nos olhos, irritabilidade e choro frequente.
Vale ressaltar ainda que o TEA acontece em diferentes graus, leve, moderado e severo. Ainda conforme a especialista, a intensidade é definida a partir do grau de autonomia, dos atrasos ou não de linguagem e da capacidade de se integrar e conduzir atividades sociais no dia-a-dia.
Clay enfatiza sobre a importância do diagnóstico precoce. Quanto antes os pais descobrirem o autismo no filho, mais eficazes serão as ações de intervenção. Dessa forma, é possível reduzir os sintomas e o atraso de desenvolvimento gerados pelo transtorno. a neurologista diz que as evidências científicas mostram que intervenções desenvolvimentais e comportamentais antes dos três anos modificam de forma mais intensa e definitiva sintomas disruptivos e atrasos de linguagem. Ainda ajuda a preservar o nível cognitivo e intelectual.
“Com as intervenções sistematizadas e intensas logo nos primeiros meses ou anos de vida, pode-se reparar a redução dos atrasos e dos desvios de linguagem e comportamento com o passar do tempo. O propósito de todo esse trabalho é sempre amenizar atrasos na comunicação social, avançar na atenção social e diminuir comportamentos difíceis. Por esse motivo, é fundamental o diagnóstico correto o quanto antes.”
Outro cuidado que se deve ter são com as “receitas milagrosas” e falsos conselhos de quem não estudou sobre isso.
“Não fique ouvindo parentes, vizinhos ou opiniões ventiladas por pessoas que nada conhecem acerca do tema. Eles não vão acrescentar em nada. Pelo contrário, vão atrapalhar o desenvolvimento da criança”, ressalta Clay
