Por ficar sem clientes, Tathi resolveu fazer bolos para sustentar pai acamado
Tathiana Ajala engrossa os números dos autônomas que foram afetados com as consequências econômicas do coronavírus, em Campo Grande. Por causa do isolamento domiciliar, a estilista viu os contratos de trabalho irem minguando até zerarem de vez sua fonte de renda. Para piorar, o irmão Roberto Ajala, dono de uma empresa que faz corridas de […]
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Tathiana Ajala engrossa os números dos autônomas que foram afetados com as consequências econômicas do coronavírus, em Campo Grande. Por causa do isolamento domiciliar, a estilista viu os contratos de trabalho irem minguando até zerarem de vez sua fonte de renda. Para piorar, o irmão Roberto Ajala, dono de uma empresa que faz corridas de trilha, está com todos os eventos cancelados. Para não deixar a peteca cair, já que os boletos não entraram em quarentena, Tathi decidiu colocar a mão na massa e fazer bolos caseiros para vender. Os valores vão de R$ 5 a R$ 30.
A família da estilista vive em esquema de rodízio para cuidar do pai acamado, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) no ano passado e não pode mais trabalhar. Enquanto Tathi atendia clientes para sustentar ela e a mãe, aposentada por invalidez com 6 parafusos na coluna, o irmão realizava eventos para comprar itens de necessidades básicas do pai, como fraldas e remédios.
Tathi tinha um brechó, mas precisou fechar as portas para se revezar nos cuidados com o pai após o acidente. “Moro com minha mãe e meu pai morava com meu irmão. Antes do AVC, meu pai estava desempregado há 3 anos. Ele é arquiteto e estava sem trabalho devido à crise no país na área de construção civil.”
A pandemia “chegou” em um momento difícil para a família. Sem clientes, os irmãos estavam dependendo de doações. Foi então que, na última quinta-feira (19), Tathi percebeu que não poderia mais atender clientes de costura e resolveu fazer o que, segundo ela, todo mundo gosta: doces. “Sei fazer bolos caseiros, aprendi com a minha mãe e faço desde criança, quando tinha uns 12 anos.”
A paixão pela cozinha atrelada ao amor pela família fez a profissional de moda buscar novos horizontes. Quando está sozinha em casa, no bairro Villas Boas, ela limpa e esteriliza a cozinha e fabrica os quitutes. Depois, embala individualmente e se organiza com o irmão para entregar. “Eu tenho um cronograma, acima de R$ 30 em compras eu entrego, mas se a pessoa vier buscar eu prefiro. Eu não dirijo então meu irmão me leva pra fazer as entregas na parte da tarde.”
Por ser intolerante à lactose, os bolos da Tathi não levam leite nos ingredientes. Ela trabalha com três deliciosos clássicos: cenoura com cobertura de chocolate, laranja com chocolate (mas com opção de puro também) e nega maluca (chocolate com cobertura e granulado).
Os preços variam de acordo com o tamanho. A marmita de 250 gr é R$5; a de 500 gr custa R$ 10 e a de 1,250kg sai por R$30.
O estado frágil que o pai se encontra é mais um motivo para a profissional não desistir. Ela conta que ele não conhece ninguém e não sabe quem é, além disso, também não anda e usa cerca de 7 fraldas por dia. “Tivemos que colocar uma grade na cama dele porque ele cai e ainda não conseguimos comprar uma cama hospitalar.”
Ainda recente, os irmãos estão aprimorando o Instagram (@bolosdatathi) e usando o Whatsapp (67 9 9952-6513) para receber as encomendas.
A família também aceita doações de mantimentos, fraldas geriátricas tamanho XG ou uma cama hospitalar.
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