Na noite deste domingo (10), muitos moradores se assustaram em com várias luzes avistadas no céu se movimentando em sincronia. Apesar da similaridade com os OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados) da ficção científica, os objetos brilhantes vistos voando em fila são satélites Starlink, da empresa SpaceX, que operam em teste e puderam ser vistos por todo Brasil e pelo mundo.

O número de satélites Starlink lançados pela SpaceX já é de mais de 420, por enquanto. O projeto tem autorização para lançar 30 mil unidades, mas esse número pode subir para 42 mil, de acordo com os planos da empresa do bilionário Elon Musk. O objetivo é fornecer banda larga de alta velocidade e baixa latência a todo o planeta, incluindo áreas remotas onde, hoje, não há esse tipo de conexão.

Contudo, as centenas de satélites já lançados vêm causando bastante controvérsia no meio científico, pois sua reflexividade faz com que os objetos apareçam no céu noturno, prejudicando observações astronômicas. Por isso, a empresa recentemente anunciou novas medidas que testará, a partir do lançamento de junho deste ano, para resolver o problema.

A SpaceX está trabalhando num “DarkSat”, uma espécie de “modo escuro” e fará com que a refletividade dos satélites seja reduzia em quase metade. Além da refletividade dos satélites, a Space X está também a estudar alterações na forma como estes corpos artificiais orbitam.

Quem quiser acompanhar a trajetória dos satélites da SpaceX pode usar o app Find Starlink, que também possui uma versão web. A ferramenta funciona de uma maneira muito simples: você coloca sua localização e ele diz exatamente quando haverá uma passagem brilhante de um satélite Starlink. No Brasil, um novo “trem de satélites” deve cruzar os céus por volta das 19h desta segunda-feira (11).

OVNIs? Luzes no céu de Campo Grande assustam e devem continuar visíveis nos próximos dias
Luzes no céu vistas na noite de ontem em Campo Grande era satélites Starlink da empresa SpaceX (Reprodução, Jeancarlo.albuquerque)

Segundo o membro do Clube de Carl Sagan da , Jean Carlo de Albuquerque, o problema maior não é a luminosidade mas sim a quantidade de satélites em órbita ao mesmo tempo, o que prejudica fotografias de longa exposição, por exemplo.

“Para as observações em si não é um fenômeno que nos atrapalhe. Na verdade nós até gostamos de ver por ser um fenômeno muito interessante. Mas no caso de algum estudo mais aprofundado do céu como fotografias de longa exposição, ai sim gera uma perturbação… Geralmente quem não tem o costume de observar o céu ficaria assustado mesmo”, diz o estudante de Física.

Na noite deste Dia das Mães, as redes sociais foram tomadas por diversas imagens que registraram a passagem da frota espacial de Elon Musk. O fenômeno já havia sido presenciado por lentes curiosas no Brasil durante o mês de abril, e vai se repetir mais algumas vezes por aqui. Então, se você também viu pontos brilhantes se movimentando de maneira incomum pelo céu, mantenha a calma, pois não são OVNIs.