Da boa safra de Cineastas sul-mato-grossenses da nova geração, um nome se destaca. Roteirista, Diretor e Produtor audiovisual, o aquidauanense Essi Rafael, 31, já levou o nome do Estado para longe, através de seus filmes que rodaram o mundo em festivais. Formado em Cinema pela Universidade Federal de São Carlos, SP, e fundador da Casa de Cinema de Aquidauana, atualmente ele vive na capital paulistana, onde está concluindo o curso de Relações Internacionais, na USP.
“Vim para SP há 4 anos, no período da crise que paralisou a produção audiovisual no Estado. Logo o edital seguinte foi cancelado, bloqueou tudo. Isso aconteceu logo depois de ter lançado A TV Está Ligada, meu último trabalho, em 2014. O curta não teve uma carreira tão legal quanto o anterior, o Ela Veio Me Ver. Falei cara, não vai rolar, continuar aqui tá difícil’. Em Campo Grande tem que ser super-herói pra fazer Cinema, muitos tem que se equilibrar entre outros empregos. Aí cheguei a um ponto que pensei ‘vamo se mexer pra fazer acontecer’”, conta Essi.
As Quatro Estações da Juventude
Por um lado, o Cineasta conclui seus estudos na USP, por outro, seu espírito inquieto continua pulsando e aproveitando a temporada paulistana para fazer novas conexões e desenvolver seu atual projeto, o longa-metragem de documentário, “As Quatro Estações da Juventude”, onde o Diretor mostra o cotidiano de diversos jovens universitários, do primeiro ano de faculdade, ao último.
“Estou há dez anos tentando finalizar esse filme. No ano passado, em parceria com um amigo, que me formei na UFSCAR, e uma produtora, o filme passou no PROAC. Foi uma grande bênção, deu uma animada aqui pro meu lado. Então agora, nesse momento, tô trabalhando com esse projeto, que é pra janeiro do ano que vem. É um documentário de longa-metragem que fala muito sobre os jovens, realidade atual do ensino superior, um tema que está bem em voga”, adianta.
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Para começar, optamos por um filme lindo, fofo demais, que mostra uma tarde em que os personagens Delcides (Geraldo Saldanha Espíndola) e Tatiane (Magê) vão passar uma tarde juntos, pela primeira vez. Por trás das conversas superficiais, os dois escondem ansiedades, medos e timidez. As cenas percorrem o centro de Campo Grande, mostram diversos pontos lindos daqui, pela visão do Diretor e Roteirista. “‘Ela Veio Me Ver’, 2011, foi meu primeiro filme gravado em Campo Grande e o primeiro com financiamento público. Pra mim foi um grande evento, eu vim do interior do estado, de Aquidauana, o primeiro filme na capital!”, exalta.
O curta rodou o mundo em festivais, ganhou diversos prêmios e foi sucesso de crítica e público.
Logo depois de Ela Veio Me Ver, Essi investiu em uma obra bem humorada, com muitos atores, cenas, locações, linguagens de Direção de Arte e participações especiais. Movimentou a cena cinematográfica de Campo Grande e um grande número de profissionais.
O divertido “A TV Está Ligada”, 2014, bebe da linguagem da televisão, parece que você está zapeando a programação da TV. O filme conta a história de um maníaco à solta, que incendeia os noticiários televisivos e causa pânico nas ruas de Campo Grande. Uma comédia sobre violência urbana, paranoia e sensacionalismo.
Voltando três casas, não podemos deixar de fora o curta “Um Conto de Solidão”, que foi a porta de entrada para Essi Rafael se conectar aos profissionais de audiovisual de Campo Grande. Realizado em Aquidauana, a produção foi selecionada para o saudoso festival de cinema do Cine Cultura. “Foi lá que fiz os primeiros contatos com o pessoal que fazia Cinema na cidade, o Maurício Copetti, Carol Araújo, por exemplo. Depois a gente se uniu e fizemos o “Ela Veio Me Ver”.
Fase experimental, sensacional
Antes de produzir os filmes mais refinados, melhor acabados e produzidos, Essi Rafael produziu vários filmes experimentais, gravados em Aquidauana, quem podem ser vistos no canal pessoal do Diretor. Clique aqui para conferir todos!
Veja alguns deles aqui:
Sobre o futuro
“Eu gosto muito de pensar na vida, nessas coisas aí. Acho importante a gente sempre se manter disposto. Acordar de manhã e falar, “pô, tô com vontade de fazer isso que eu tô fazendo”. A gente vive ciclos, se você me perguntar se daqui 10 anos se seu vou estar mexendo com filmes, eu responderia que gostaria, pois é minha grande paixão, vai ser muito difícil eu deixar de fazer”. Finaliza.
